Avaliação molecular da biossíntese de ácido ascórbico e possível participação da Oxidase alternativa em dois clones de aceroleira (Malpighia emarginata DC).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: SARAIVA, LUIS FLÁVIO MENDES
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=91142
Resumo: A acerola Malpiguia emarginata DC é uma fruta dotada de qualidades nutricionais <br/>invejáveis, sendo consumida tanto in natura quanto processada. A principal <br/>característica que destaca a acerola é sua enorme capacidade em sintetizar o ácido <br/>ascórbico. A Embrapa desenvolveu quatro clones comerciais com características <br/>fenotípicas e genéticas bem definidas denominado BRS 235 (Apodi), BRS 236 (Cereja), <br/>BRS 237 (Roxinha) e BRS 238 (Frutacor). Os clones BRS 236 (Cereja) e BRS 237 <br/>(Roxinha) foram escolhidos devido a enorme diferença de ácido ascórbico sintetizada <br/>entre eles, aproximadamente 50% a mais no clone Cereja. Para esse estudo foi analisada <br/>a expressão gênica das enzimas pertencentes a via Wheeler/Smirnoff, reconhecida como <br/>a principal via biossintética do ácido ascórbico em plantas bem como a Oxidase <br/>alternativa (AOX) uma enzima desacopladora, não fosforilante e insensível ao cianeto, <br/>presente entre os complexos II e III da membrana mitocondrial interna, responsável pela <br/>via alternativa de elétrons. O objetivo desse trabalho foi identificar quais enzimas são <br/>determinantes na diferença do conteúdo de vitamina C entre os clones, bem como <br/>avaliar a expressão da AOX nos diferentes tecidos. De aceroleiras com cinco anos de <br/>idade foram colhidos quatro tecidos (Flores, Frutos verdes, Frutos semimaduros e <br/>Frutos maduros. Inicialmente os teores de ácido ascórbico foram dosados nos frutos <br/>verdes, semimaduros e maduros dos dois clones por titulometria de Tillman. Em <br/>seguida foi realizada a caracterização gênica da AOX para definição de suas isoformas. <br/>Após o isolamento do DNA e executadas as reações de PCR com um par de primers <br/>degenerados os amplicons foram purificados e submetidos a clonagem, transformação e <br/>seqüenciamento. As dosagens de ácido ascórbico mostraram que ambos os clones <br/>decrescem seus níveis de ácido ascórbico a medida que os frutos se desenvolvem, além <br/>do que em todos os três estádios de desenvolvimento o clone Cereja apresenta <br/>quantidades de ácido ascórbico superiores ao clone Roxinha. Os níveis de ácido <br/>ascórbico entre os frutos verdes e maduros de ambos os clones revelaram que o clone <br/>Roxinha possui uma menor diferença entre esses dois estádios de desenvolvimento. As <br/>análises de expressão gênica revelaram que três enzimas possuem sua expressão <br/>destacada das demais, sendo que essas mostraram um sinergismo de expressão com o <br/>padrão decrescente dos níveis de vitamina C contida no tecido, apresentando ainda <br/>diferenças de expressão favoráveis ao clone Cereja. São elas: Manose pirofosforilase, <br/>GDP-Manose 3’5’ epimerase e GDP Galactose fosforilase. Com maior destaque para a <br/>GDP-Manose 3’5’ epimerase e GDP Galactose fosforilase. Não existiam diferenças nas <br/>expressões gênicas das demais enzimas da via Wheeler/Smirnoff que justificassem as <br/>diferenças nos teores de ácido ascórbico presentes nos tecidos e também entre os clones. <br/>Quanto a AOX os resultados revelaram duas seqüências, uma relativa a uma AOX1 e <br/>outra a uma AOX2. A análise da expressão gênica das isoformas da AOX demonstrou <br/>que a AOX1 eleva sua expressão gênica em ambos os clones a medida que os frutos <br/>amadurecem entretanto, o clone Roxinha possui uma expressão gênica mais elevada que <br/>o clone Cereja, em todos os três estádios de desenvolvimento. A AOX2 possui <br/>diferenças de expressão gênica onde no clone Cereja ela se mostrou decrescente, já no <br/>clone Roxinha ocorreu a elevação da expressão nos três estádios de desenvolvimento. <br/>Três enzimas são essenciais a biossíntese do ácido ascórbico em Malpiguia emarginata <br/>DC, a Manose pirofosforilase, GDP-Manose 3’5’ epimerase e GDP Galactose <br/>fosforilase, sendo a via Wheeler/Smirnoff determinante na quantidade de ácido <br/>ascórbico produzido. As expressões gênicas da AOX1 e AOX2 favorecem o clone <br/>Roxinha, aparentemente como um mecanismo compensatório por esse clone sintetizar <br/>menos ácido ascórbico que o clone Cereja. &nbsp;<br/><br/>&nbsp;<br/><br/><br/><br/>