Trabalho, Reproducao Social e Educacao em Lukacs

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2009
Autor(a) principal: Lima, Marteana Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=52777
Resumo: Esta dissertação consiste numa análise ontológica da educação, buscando evidenciar sua essência e suas relações com a totalidade social, considerando a necessidade de uma contraposição à fetichização que a envolve e dissimula suas reais funções numa sociedade capitalista. O objetivo primordial é analisar o complexo da educação na Ontologia de Lukács, mais precisamente a partir do volume dois, cujos capítulos trazem a análise do filósofo húngaro acerca do Trabalho e da Reprodução. Procura-se apanhar o significado da educação em Lukács a partir de duas linhas de análise: a primeira, atrelada aos enunciados que explicitamente apresentam reflexões acerca da educação a segunda, por sua vez, voltada à captura dos elementos implicitamente a ela vinculados e que auxiliam na sua compreensão. O caminho até a educação passou pela análise das categorias trabalho e reprodução em Lukács. A educação mantém com o trabalho uma relação de dependência ontológica e autonomia relativa. O caráter do trabalho de produzir além do necessário para a reprodução do seu produtor é a base para o desenvolvimento e a complexifícação do ser social e da sociabilidade. Além de fundar o ser social, o trabalho também inaugura vários outros complexos sociais, como consequência do processo de complexifícação constante. A reprodução social efetiva-se assumindo características cada vez mais sociais - mesmo considerando a base natural como algo ineliminável. A crescente complexificação dos complexos sociais tem nessa relação seu fundamento e sua base de realização. A sociabilidade, mesmo sendo formada pela objetivação de posições teleológicas singulares, é muito mais do que a sua mera associação, constitui uma totalidade social como momento predominante da reprodução do ser social. A educação é práxis social e realiza posições teleológicas secundárias, através das quais visa influenciar os homens para que realizem, por si, determinadas posições teleológicas. Em sentido amplo, a educação se assemelha ao complexo da linguagem pelo caráter universal e pela espontaneidade que rege seu desenvolvimento. A educação estabelece uma relação com a consciência e a linguagem, com a filo e a ontogênese, atuando no recuo dos limites naturais e atrelado ao processo que Lukács denomina acabamento, que possibilita a génese das funções especificamente humanas. Em sentido restrito, se assemelha ao complexo do direito e surge como Consequência da complexifícação do trabalho e da divisão de classes. Como é influenciada por interesses de classes, os grupos que a manipulam podem apresentá-la como um complexo que tem autonomia absoluta (embora a autonomia dos complexos sociais seja sempre relativa), como forma de fetichizar sua função e articulá-la com a reprodução do status quo.PALAVRAS-CHAVE: Ontologia, Trabalho, Reprodução social. Educação.