Criopreservação e cultivo in vitro de testículo caprino: alternativa para a conservação do material genético

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gomes, Francisco Denilson Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=117128
Resumo: A criopreservação de fragmentos de testículo tem como finalidade salvaguardar a fertilidade em machos. Esta tese teve como objetivo estabelecer um protocolo eficiente para a criopreservação de fragmento testicular de caprinos pré-púberes. Para isso, o estudo foi organizado em duas fases: Fase 1: Estudo do efeito do método (congelação lenta ou vitrificação) e o tamanho do fragmento (1, 5 ou 9 mm³) sobre a criopreservação e cultivo in vitro 3D e Fase 2: Estudo do efeito de diferentes tempos de conservação (2h ou 6h) antes da congelação lenta e cultivo in vitro 3D. A fase 1 foi dividida em duas etapas (I e II). Na etapa I, testículos de cinco caprinos pré-púberes foram fragmentados em três tamanhos (1, 5 ou 9 mm³), e aleatoriamente divididos em controle (CTR), congelados (SF) e vitrificados (VIT). Na etapa II, testículos de seis caprinos pré-púberes foram fragmentados considerando o melhor tamanho da etapa I (5 mm³) e aleatoriamente divididos em controle (CTR), cultivados in vitro (CTR/IVC), congelados (SF) e cultivados in vitro por 48 h após congelação (SF/IVC). Na fase 2, foram coletados testículos de seis caprinos pré-puberes, um testículo de cada par foi destinado para ser conservado por 2 e outro por 6h, posteriormente os fragmentos obtidos foram congelados e cultivados in vitro por 48h. Os resultados da etapa I, mostraram menores alterações morfológicas nos fragmentos de 1 e 5 mm³ após vitrificação e congelação, respectivamente. A expressão gênica de Oct4 e C-kit (células indiferenciadas e diferenciadas, respectivamente), após congelação ou vitrificação nos fragmentos de 5 mm³ foi menor ao observada nos fragmentos frescos. A razão Bax:Bcl-2 (apoptose) nos fragmentos de 1 e 9 mm³ foi menor do que nos fragmentos de 5 mm³ para fragmentos frescos ou após congelação. Na etapa II, os fragmentos cultivados in vitro, previamente congelados ou não, apresentaram mais alterações morfológicas do que os fragmentos frescos ou apenas congelados. Por outro lado, na fase 2, os resultados mostraram que independentemente do tempo de conservação, seguida ou não de congelação, as alterações epiteliais (Ealt) e nucleares (Nalt) aumentaram após 48h de CIV (p<0,05). Não foram observadas alterações no número de espermatogônias e espermatócitos primários em proliferação entre os diferentes tempos de conservação. Independentemente do tempo de conservação (2h vs 6h), a imunomarcação para &#946;-catenina nos fragmentos congelados e CIV foi inferior (p<0,05) aos fragmentos cultivados sem congelação prévia. A expressão gênica para Oct4 e C-kit, manteve-se semelhante entre fragmentos frescos e congelados após 2h ou 6h de conservação. A expressão de genes Bax e Bcl-2, foi similar entre os fragmentos frescos e congelados, assim como após CIV, independentemente do tempo de conservação. Conclui-se que a congelação lenta de fragmentos de 5 mm³ é o protocolo adequado para criopreservação de testículos de bodes pré-púberes, além disso, foi demonstrado que testículos podem ser conservados (4 ºC) por até 6 h antes dos procedimentos de congelação e cultivo. Em relação, ao CIV, embora os resultados sejam animadores sugere-se que o protocolo de cultivo seja aprimorado para garantir a restauração da função testicular.