Dicionário e gramática: um estudo de conjunções em obras lexicográficas para o ensino médio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sousa, Ana Grayce Freitas De
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=107327
Resumo: Com fonte de conhecimentos formais, semânticos, pragmáticos e culturais sobre as palavras que compõem o léxico de uma língua, o dicionário configura-se como uma excelente ferramenta de apoio a professores e alunos na aprendizagem de um idioma. Por isso, todas as obras possuem uma face pedagógica, mais evidente nos dicionários escolares, produzidos com o intuito de serem usados em sala de aula. Estes dicionários têm, portanto, o importante papel de informar os alunos sobre diversos aspectos de unidades lexicais, tradicionalmente relacionadas às obras lexicográficas, e de unidades gramaticais, normalmente, objeto de interesse da Gramática. Assim, o objetivo principal desta tese foi investigar como as conjunções, consideradas palavras instrumentais, são descritas pelos verbetes dos dicionários tipo 4 do PNLD-2012, direcionados a estudantes do ensino médio. Para isso, discutimos visões teóricas relacionadas à Gramática, como as de Ignácio (2001), Azeredo (2008), Perini (2010), Bechara (2009), Bagno (2012), Cunha e Cintra (2017), Castilho (2019); e à Metalexicografia, como as de Barbosa (1991), Biderman (1984; 2001), Pontes (2009), Welker (2004; 2006), Farias (2009; 2013; 2016; 2020), Bugueño Miranda e Farias (2011). Para a realização deste estudo, nossa pesquisa seguiu uma orientação metodológica qualitativa, do tipo descritiva. Os dicionários escolares que foram fonte de nossa coleta de dados são: Aulete (GEIGER, 2011), Bechara (BECHARA, 2011), Houaiss (2011) e Unesp (BORBA, 2011). Para compor nosso corpus, selecionamos os verbetes que registraram, como entrada ou subentrada, as conjunções citadas pelos gramáticos estudados. Desse modo, 35 conjunções foram registradas, em todos os dicionários analisados, por 33 verbetes, totalizando 132 ocorrências, que compõem nosso material de análise. Com a análise, constatamos que, embora as teorias considerem as conjunções como palavras sem autonomia semântica, sendo explicadas pelas suas funções sintáticas relacionadas à construção dos períodos compostos, os verbetes analisados consideram essas palavras como detentoras de traços semânticos, definindo-as com paráfrases semelhantes às usadas comumente nas unidades lexicais, como a do tipo sinonímica. Além disso, os dados mostram a importância da identificação da categoria gramatical da entrada, que direciona os dados dos demais paradigmas, e do exemplo, visto que este complementa informações da definição e apresenta situações de uso para a palavra descrita, ampliando os conhecimentos dos consulentes.