A experiência do transplante hepático para crianças e adolescentes: entre o diferente, o morrer e as mudanças na vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Gonçalves, Yadja do Nascimento
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=71064
Resumo: <span style="font-style: normal;">O transplante hepático consiste em um procedimento complexo que envolve as condições de suporte da rede de atenção à saúde, das relações de cuidado e os modos de lidar com os processos saúde-doença de pacientes e sua família, sobretudo quando se trata do público infanto-juvenil. O presente estudo teve como objetivo compreender a experiência do transplante hepático para crianças e adolescentes. Foi realizada no serviço de transplante de fígado de um hospital universitário em Fortaleza, Ceará, no Nordeste brasileiro, no período de maio a agosto de 2011. Os sujeitos participantes foram 11, sendo três crianças e oito adolescentes. Tratou-se de uma pesquisa descritiva e exploratória, com abordagem qualitativa. Como técnicas de obtenção dos dados foram utilizadas um roteiro de entrevista semi estruturada e a técnica do Desenho-Estória com Tema (Coutinho, 2005). Em relação ao processo de análise, foi utilizada a análise de conteúdo, em particular, a análise categorial, proposta por Bardin (2010), e a análise dos desenhos-estórias realizados pelos sujeitos, os referenciais de Trinca (1997) e Coutinho (2005). Os dados foram interpretados à luz dos referenciais teóricos da psicologia da saúde e humanização do cuidado. Foram considerados os princípios éticos das Resoluções CNS n°196/96 de pesquisa com seres humanos (Brasil, 2007). Os nomes dos participantes foram resguardados, tendo sido substituídos por codinomes. Os resultados das análises mostram a caracterização sóciodemográfica dos participantes e as três categorias, sendo a primeira O Adoecimento: "</span><em>Eu comecei a ficar diferente"</em>, na qual surgem as percepções sobre os primeiros sintomas; as noções dos sujeitos em relação à doença; a demora no acesso aos serviços de saúde e o estabelecimento do diagnóstico; sentimentos e limitações vividas com a problemática de saúde. Na segunda, Transplante/Cirurgia: "<em>Eu pensei que ia morrer"</em>: o impacto emocional da notícia de realização do transplante; a comunicação médico-criança/adolescente; ética e autonomia na relação de cuidado; a relação com o doador e a equipe de saúde; até as vivências e os enfrentamentos diante do procedimento cirúrgico. Por último, a terceira, Ser transplantado(a): "<em>E realmente não é como era antes"</em>, representou as percepções de terem sido transplantados; as mudanças e limitações da condição; o sentir-se "diferente"; os sentimentos vivenciados; a relação com o doador através do cuidado com o órgão; e as estratégias de enfrentamento na experiência do transplante hepático. As perspectivas dos sujeitos apontam para a necessidade de incluir a sua fala e singularidades em todo o processo de saúde-adoecimento, promover a autonomia e garantir o acesso com resolutividade e acolhimento, o que pode contribuir para a melhoria da qualidade nos serviços, a compreensão das necessidades dos sujeitos e seu contexto, e um cuidado integral a crianças e adolescentes transplantados de fígado. Palavras-chave: Transplante de fígado. Criança. Adolescente. Humanização da assistência.