Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Albuquerque, Maria Flávia Coelho |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=37505
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Resumo: |
Pecém é um distrito costeiro do litoral oeste do estado do Ceará, que se localiza no município de São Gonçalo do Amarante a 42 Km da capital, Fortaleza. Sua escolha para estudo se justifica pela intensa transformação que esse lugar vem passando, sem que se conheça a opinião atual da comunidade local quanto às novas formas de ocupação do território do distrito. O objetivo principal é fazer um estudo sobre os diferentes usos e ocupação do espaço costeiro do Pecém, identificando os conflitos sócio-ambientais dessa relação homem x natureza e tentando mostrar a importância da análise integrada para a zona costeira em questão. A partir da metodologia da história oral e também do uso de questionários foi possível a coleta de dados. A partir da década de 1960 começaram a ocorrer, nessa zona costeira, impactos sócio-ambientais negativos consideráveis, como: o surgimento do veranismo como forma não sustentável de apropriação do território; pescadores passaram a trabalhar como caseiro; muitos foram morar longe do mar, local de trabalho; aterramento de parte do mangue do riacho Guaribas; poluição de riachos; diminuição da pesca do caranguejo e consequentemente da renda familiar. Na década de 1990, Pecém recebeu infra-estrutura turística através do Programa para o Desenvolvimento do Turismo - PRODETUR e também as instalações do Complexo Industrial e Portuário do Pecém - CIPP, atingindo a região de tabuleiro, campos de dunas e faixa de praia. Muitas famílias foram desapropriadas para dar lugar a esse empreendimento, despertando sentimentos de revolta e resistência e ao mesmo tempo de esperança de que a economia local iria melhorar. Segundo a população entrevistada houve: mudança nos hábitos e na cultura local; diminuição da atividade turísti<span style="font-size: 10pt;">ca; diminuição do número de jovens pescadores e agricultores; aumento da violência; aumento do número de desempregados; aumento da prostituição; e aumento do consumo de drogas. Os pontos positivos citados pela população foram: valorização dos artesãos pelo Grupo de Trabalho Participativo - GTP, formação de um pesqueiro mais próximo da praia e aumento na venda do pescado. Pecém foi alvo de investimentos destinados ao mesmo tempo para o turismo e para a industrialização, atividades naturalmente antagônicas que geraram nesse lugar mudanças sociais e ambientais de cunho considerável. Essas atividades foram destinadas para esse distrito sem que a população fizesse parte dessa escolha. É necessário que as populações sejam ouvidas, ou seja, as mudanças desejadas para o seu território têm que partir da base para o topo, da comunidade para o governo e não o contrário. Portanto, para se chegar a um desenvolvimento sustentável da zona costeira do Pecém é preciso a realização de uma gestão integrada dessa área e a execução de políticas públicas preocupadas com o bem-estar da população.</span> |