Leveduras associadas à cloaca e a excrementos de pombos (Columba Livia): um enfoque especial para os aspectos micológicos de Cryptococcus ssp

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Costa, Ana Karoline Freire da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=47288
Resumo: Aves industriais, domésticas e silvestres têm sido implicadas como possíveis carreadores de fungos patogênicos, tais como Cryptococcus spp. e Candida spp. Em especial, diversos estudos têm detectado a presença de Cryptococcus spp. em fezes depsitaciformes, passeriformes, columbiformes e falconiformes. Para investigar a ocorrência de Cryptococcus spp., assim como de outras leveduras na cloaca e fezes de pombos, 47 amostras de excrementos e 322 amostras provenientes da cloaca foram coletadas na cidade de Fortaleza-Ceará, Brasil. As amostras de fezes suspensas em solução fisiológica estéril (0,9%) e as da cloaca foram semeadas em meio ágar semente de niger (ASN) e ácido caféico modificado (ACM). As colônias leveduriformes eram subcultivadas em ágar Sabouraud 2% para a identificação fúngica por meio de testes micológicos específicos. Para a identificação de Cryptococcus spp. foram realizados os seguintes procedimentos: crescimento em meio L-canavanina azul de bromotimol(CGB), auxonograma em API 20C e PCR. A partir das fezes dos pombos, foi possível isolar: C. neoformans var. neoformans. (n=10), C. laurentii (n=3), C. albicans (n=9), C.tropicalis (n=3), C. krusei (n=1), C. parapsilosis (n=1), Rhodotorula sp. (n=6),Trichosporon sp. (n=3); enquanto da cloaca isoloram-se: C. albicans (n=3), C. tropicalis (n=1), Trichosporon sp. (n=3) and Rhodotorula sp. (n=2). Outro objetivo deste estudo foi investigar a sensibilidade, in vitro, de cepas ambientais e humanas de Cryptococcus spp., através da técnica da microdiluição em caldo preconizada pelo CLSI, (M27-A2). Assim, foram testadas as 10 cepas de C. neoformans var. neoformanse as três cepas de C. laurentii isoladas neste estudo, bem como foram incluídas no teste seis cepas de C. neoformans var. neoformans, obtidas de amostras clínicas humanas e estocadas em nossa micoteca. Entre os isolados ambientais, a resistência só foi detectada em uma única cepa de C. neoformans var. neoformans para o itraconazol(CIM=1g/mL). Dentre as seis cepas de C. neoformans var. neoformans humanas foi observado o seguinte padrão de resistência: itraconazol (n=1), fluconazol (n=3),anfotericina B (n=4). Ademais, foi detectada a presença de multiresistência entre as cepas humanas para fluconazol e anfotericina B (n=2) e para itraconazol e anfotericina B (n=1). Todos os isolados humanos e ambientais foram resistentes a caspofungina. O último objetivo deste estudo foi investigar a capacidade das lectinas como marcadores biológicos de C. neoformans var. neoformans. Para tanto, foi realizado um ensaio de fluorescência direta utilizando lectinas marcadas. Neste protocolo foram testadas cinco cepas de C. neoformans var. neoformans e cinco lectinas (Dioclea violácea - DVL, Cratilya floribunda - CFL, Dioclea grandiflora - DGL, Canavalia braziliensis - ConBre Dioclea virgata – DVG). O padrão de marcação das lectinas foi classificado como:+++ (intenso), ++ (moderado), + (discreto) e – (ausente). A lectina DVL foi a que apresentou a melhor capacidade de ligação nas cepas de C. neoformans var.neoformans, seguida por CFL, ConBr, DGL e DVG. Em suma, o presente estudo mostrou a importância dos pombos na disseminação de Cryptococcus spp., Candida spp., Rhodotorula sp e Trichosporon sp., bem como detectou resistência antifúngica em cepas de C. neoformans var. neoformans. Por fim, demonstrou a capacidade de lectinas,particularmente a DVL, para a marcação de C. neoformans var. neoformans.Palavras-chave: Pombos; leveduras; C. neoformans var. neoformans; resistência antifúngica; lectinas.