Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lima, Luana Ribeiro De |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso embargado |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=114163
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Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo analisar, a partir de uma perspectiva bakhtiniana da linguagem, como se constitui o discurso de sujeitos veganos e de carnistas sobre o consumo de carne. O referencial teórico dessa pesquisa fundamenta-se em estudos desenvolvidos no campo da análise do discurso fundada com base nos estudos círculo-bakhtinianos, através dos trabalhos desenvolvidos por Bakhtin (2002; 2010; 2011; 2016; 2017; 2018), Volóchinov (2018; 2019) e Medviédev (2019), bem como por estudiosos que têm se dedicado às obras do Círculo, como Brait (1997; 2003; 2016; 2017), Faraco (2009), Fiorin (2018), Miotello (2017), Sobral (2019) e outros. Em conjunto com esses teóricos, utilizamo-nos também de discussões empreendidas no campo da ética animal e outros trabalhos cujo olhar esteja voltado para o tratamento dos animais não humanos pelo homem, como Singer (2010), Joy (2014), Felipe (2014; 2019), Dias (2017; 2021), Oliveira (2017), Silva (2020), entre outros. Esta pesquisa, situada na área da Linguística Aplicada, caracteriza-se por sua natureza qualitativa, de viés interpretativista. Seu corpus é formado por enunciados verbais coletados durante o segundo semestre do ano de 2023, através de entrevistas semiestruturadas realizadas com indivíduos adultos veganos e carnistas, moradores da cidade de Fortaleza e de sua região metropolitana. A partir da análise do corpus, foi possível perceber as diferentes relações dialógicas que emergem dos enunciados desses sujeitos, além de observar o posicionamento ético-responsivo e o olhar exotópico expressos pelos entrevistados de cada grupo, que assumem orientações valorativas antagônicas frente ao(s) discurso(s) sobre o consumo de carne. Nos enunciados dos entrevistados carnistas, de modo geral, os animais não humanos destinados ao abate são vistos como produtos a serem consumidos, e esse consumo costuma estar vinculado a valorações positivas que expressam o ponto de vista desses sujeitos em concordância com os valores ideológicos hegemônicos acerca do consumo de carne. Por sua vez, os enunciados dos indivíduos veganos, de natureza centrífuga, materializam a sua discordância com a ideologia carnista/especista predominante, a fim de buscarem alterar as estruturas sociais hegemônicas responsáveis pela manutenção da exploração dos animais destinados ao consumo humano. |