Programa lisa down: comunicação audiovisual fundamentada no letramento em saúde para adolescentes com Síndrome de Down

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Silva, Maria Da Conceicao Alves
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=107084

O objetivo deste estudo foi desenvolver e validar um programa de comunicação audiovisual (vídeos educativos) fundamentado no letramento em saúde (LS) para adolescentes com Síndrome de Down. O estudo foi realizado em duas etapas. Na primeira foi realizada uma revisão integrativa, a fim de buscar, na literatura, subsídios teórico-operacionais para a construção dos vídeos educativos pretendidos. A questão norteadora definida foi: O que há na literatura científica brasileira e estrangeira, sobre intervenções e estratégias de educação em saúde para adolescentes com Síndrome de Down? Foram consultadas as bases eletrônicas: MEDLINE, PubMed, Scopus, Web of Science, SciELO, LILACS e Science Direct. Os descritores foram consultados de acordo com a plataforma DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e MeSH (Medical Subject Headings), sendo estes aplicados em português, inglês e espanhol, com busca de publicações nos últimos dez anos. Foram encontradas 190 publicações, sendo selecionados sete artigos. Na segunda etapa foi construído e validado o Programa LISA Down, constituído por cinco vídeos educativos fundamentados no LS para adolescentes com Síndrome de Down. Esta etapa configurou-se como um estudo metodológico, abrigado na marca LISA (Letramento e Inovação em Saúde), criada pelo Laboratório NUTRINDO da Universidade Estadual do Ceará. A construção dos vídeos seguiu as etapas de pré-produção, produção e pós-produção. A pré-produção correspondeu à criação de um storyboard para cada vídeo, ou seja, roteiros e respectivas imagens. Os storyboards foram fundamentados no LS. Os storyboards foram avaliados por juízes especialistas. Estes foram selecionados na Plataforma Lattes e como instrumento de avaliação foi utilizado o Instrumento de Validação de Conteúdo Educativo em Saúde (IVCES), estabelecendo-se concordância de ao menos 80% dos juízes para aprovação do material. Após a validação com os juízes especialistas, foram gravados os vídeos (produção). Tanto os storyboards, como os vídeos foram desenvolvidos através de aplicativos gratuitos. Os vídeos foram validados por 13 adolescentes atendidos pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Sobral, através de um instrumento de tecnologia assistiva para avaliar interatividade; objetivos; relevância e eficácia; e clareza, estabelecendo-se concordância de ao menos 70% dos adolescentes para aprovação do material. A revisão integrativa permitiu selecionar o tema alimentação e fatores associados. Os storyboards totalizaram 248 cenas assim distribuídas: o peso saudável me protege contra doenças (46 cenas); como ter uma alimentação saudável (38 cenas); cuidados de higiene com alimentos – como comprar (67 cenas); cuidados de higiene com os alimentos - o que devo fazer em casa (58 cenas) e meus cuidados de higiene antes de me alimentar (39 cenas). O índice de concordância de aprovação pelos juízes especialistas variou de 0,94 a 1. O público-alvo também aprovou o material, com percentuais variando de 79,17 a 83,33%, sem sugestões de mudança, de forma que a fase de produção também se constituiu em pós-produção. Conclui-se que o Programa LISA Down pode ser utilizado como estratégia educativa na rotina das atividades desenvolvidas pela APAE de Sobral, podendo ainda ser ampliada esta utilização para outros espaços que tenham adolescentes com síndrome de Down como foco de atenção.