“Nunca é tarde!”: uma análise da dinâmica da desigualdade de gênero a partir dos discursos de mulheres que voltaram a estudar na EJA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Maia, Elisangela Rodrigues
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=106525
Resumo: O objetivo desta pesquisa é analisar a dinâmica da desigualdade de gênero a partir dos relatos de vida de dez educandas do Centro de Educação de Jovens e Adultos, CEJA – Doutor José Nilson Osterne de Oliveira em Limoeiro do Norte. A análise concentra-se na vulnerabilidade econômica, na gravidez, no casamento e na necessidade de trabalhar, imperativos determinantes para o abandono da escola dessas mulheres. Paralelamente, investigamos a importância da Educação de Jovens e Adultos (EJA) para este público na decisão de concluir os estudos, bem como as perspectivas e consequentes reverberações dessa decisão. Adota uma abordagem crítica em relação à mulher pobre, trabalhadora e oprimida dentro da sociedade machista, patriarcal e violenta. De cunho qualitativo, insere-se no locus acima citado por meio de pesquisa documental, fotos, conversas informais e histórias de vida que focam o processo de escolarização das discentes. Os relatos foram gravados durante a pandemia de Covid-19, ao longo dos anos de 2020 e 2021, por meio do aplicativo de mensagens instantâneas e de voz WhatsApp; e posteriormente, transcritos e analisados. O referencial teórico baseia-se nas seguintes categorias: desigualdade de gênero; patriarcado; feminismo; opressão; educação; educação popular; e educação de jovens e adultos. Conta com o aporte teórico de Arroyo (2017), Mendes (1994, 2002), Freitas (2007), Gatti (2007), Gondim (2002), Josso (2007, 2008), Minayo (1994), Brandão (1986, 2011, 2012, 2013), Carvalho (2006), Freire (1967, 1983, 1996), Leite (2013), Paiva (2015), Costa e Machado (2017), Adichie (2015, 2017), Hooks (2020), Muraro (1990), Ribeiro (2020), Saffioti (2015), Machado e Melo (2016), entre outros. A análise dos dados coletados revelou que a marginalização e a inferiorização da mulher estão mais presentes na realidade das educandas da EJA do que se imagina. Ao debruçarmo-nos sobre suas narrativas de vida, apresentamos uma reflexão sobre a luta da mulher na busca de instrução e igualdade, bem como verificamos até que ponto o acesso à educação na vida adulta representou uma transcendência positiva na vida social dessas educandas, num contexto de naturalização do machismo e subalternização da mulher. Palavras-chave: Educação. Educação Popular. Educação de Jovens e Adultos. Mulher. Patriarcado. Capitalismo.