Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
PEREIRA, MICHELLE ANDRADE |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=111948
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Resumo: |
Esta dissertação tem como principal objetivo analisar o romance Nada de novo sob o sol, publicado em 1967, de autoria da escritora cearense Lúcia Fernandes Martins. Na análise, foi observado como a autora construiu a sua imagem de Nordeste e como representou as figuras femininas, a partir da narradora personagem, mulher idosa e sertaneja. Em seu romance, Lúcia Martins traz representações de uma ciranda de mulheres que se conectam por laços familiares, cada uma com sua singularidade, porém todas vivenciam processos de silenciamentos diante da sociedade na qual estão inseridas, que se configura no contexto da sociedade sertaneja patriarcal do século XX. A narrativa de Lúcia Martins demonstra uma profunda conexão com a experiência da vida no sertão, traço comum na literatura produzida no Nordeste. Logo, foi ressaltado a presença da terra e a simbologia da casa nos romances de autoria feminina cearenses. Assim, foi realizado um estudo comparativo com os romances O quinze (1930), Dôra Doralina (1975) e Memorial de Maria Moura (1992), de Rachel de Queiroz e A casa (2004), de Natércia Campos, que também são protagonizados por personagens femininas e trazem o elemento do apego à terra como uma de suas principais temáticas. Para o desenvolvimento da pesquisa, foi utilizada a contribuição teórica de Bosi (1994), Bueno (2015), Candido (1989) e Bachelard (1989). Na pesquisa, se considerou a relevância de narrativas ficcionais de autoria feminina, como a do romance em estudo, que denunciam a opressão atrelada à condição da mulher e que dá voz às mulheres do sertão. Para o estudo da autoria feminina, foi utilizado as pesquisas de Dalcastagnè (2005), Del Priore (2022), Duarte (2016), dentre outros. Neste sentido, este estudo sobre o romance Nada de novo sob o sol envereda por caminhos conflituosos no sertão nordestino, trazendo à tona problemas como a seca que castiga e mata; enchentes que tudo destroem; a luta diária do homem e principalmente da mulher sertaneja; o passar de gerações marcado por sofrimentos e privações; as pestes, o cangaço, o coronelismo, a violência sistêmica, o descaso do governo e a desigualdade social, mostrando assim, a importância dessa obra para a literatura nacional e para futuras pesquisas na área. |