Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Monteiro, Roberta Barbosa |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=106013
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Resumo: |
Esta pesquisa está voltada para a análise de documentos e fontes necessárias que reportam a violência de gênero sofrida por profissionais nas instituições militares da Segurança Pública do Estado do Ceará. Neste estudo, o foco é a mulher militar e sua relação com as dinâmicas de poder e gênero no ambiente de trabalho, principalmente sob a ótica do assédio e da discriminação. Analisou-se experiências vividas no âmbito do trabalho pelas profissionais que por anos, diante da construção social da sexualidade estruturada com seus papéis especificamente impostos, são subjugadas e muitas vezes silenciadas em virtude das especificidades do campo militar e da confusão existente entre o que é hierarquia e disciplina e o que é a dominação masculina. Com o objetivo geral de analisar como a profissional das instituições da Segurança Pública foi inserida neste ambiente de trabalho e até onde existe igualdade entre os gêneros, a qual garanta dignidade e direitos preservados. Busca-se fomentar o diálogo sobre o tema assédio sexual no âmbito da Segurança Pública e possui caráter inédito ao observar que a inserção das mulheres neste campo profissional ainda está em processo de aceitação. Metodologicamente é um trabalho qualitativo e quantitativo baseado em pesquisa documental e de campo, os instrumentos de coleta de dados foram o questionário e a entrevista. A análise dos dados ancorou-se na Análise de Discurso Crítica (ADC) de Norman Fairclough (2001) em razão desta possibilitar a reflexão dos aspectos que envolvem as relações de poder identificadas nos discursos e práticas sociais deste campo. A pesquisa evidenciou que as disputas por poder que permeiam as organizações militarizadas, o machismo e o preconceito por muitas vezes velados em relação à presença feminina estão presentes na cultura militar e possibilitam a ocorrência da violência que atinge sobremaneira à mulher militar. Percebe-se que a cultura hegemônica masculina e todas as nuances que a envolvem não acontecem apenas na sociedade, mas nos aparelhos estatais (nesta pesquisa, especificamente no campo militar) e seus movimentos também estão igualmente disputando esse sentido, que longe de possuir uma natureza jurídica, é construída em meio às disputas entre os grupos dominantes e dominadas, estabelecidos e outsiders (ELIAS; SCOTSON, 2000). Por isso, é fundamental desenvolver mecanismos próprios para lidar com as situações de discriminação e assédio que ocorrem intramuros. A prevenção é a melhor via para se alcançar no contexto social e organizacional as raízes do fenômeno, que estão além das práticas resultantes meramente de conflitos interpessoais. |