Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Souza, Antonio Rener Cardoso De |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=109493
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Resumo: |
O processo cicatricial é um evento fisiológico multifacetado envolvendo mecanismos celulares e moleculares, que acontece de maneira coordenada em quatro fases sequenciais sobrepostas (hemostasia, inflamação, proliferação e remodelação) com a finalidade de remover e substituir tecidos danificados, além de permitir a síntese de um novo tecido. O tratamento eficaz e de qualidade de feridas cutâneas representa um grande desafio para o sistema público de saúde, assim também como para os pesquisadores em virtude dos elevados custos. Os polissacarídeos, macromoléculas extraídas de recursos naturais como as plantas tem se tornado alvo de estudos em virtude de inúmeras atividades farmacológicas já descritas na literatura. A maior parte dos polissacarídeos vegetais são considerados atóxicos e não geram efeitos adversos relevantes. Dessa forma, os polissacarídeos se tornam uma fonte potencial de estudos visando o tratamento de inúmeras patologias relacionadas a modulação imunológica. A Cissus sicyoides conhecida popularmente como insulina vegetal, é uma espécie trepadeira vegetal nativa da flora brasileira. Trabalhos mostraram que a planta possui atividade anti-inflamatória, antioxidante, antinociceptiva, gastroprotetora, hipoglicemiante e cicatrizante. Logo, o objetivo deste trabalho é avaliar o efeito cicatrizante dos polissacarídeos das folhas de Cissus sicyoides no modelo de feridas cutâneas excisionais em ratos. Foram utilizados ratos Wistar fêmeas (180-200 g) anestesiados antes da indução de feridas cutâneas excisionais na região dorsal por meio de punch cirúrgico (7 mm de diâmetro; 4 feridas/animal; n=6/dia de avaliação). Os animais foram tratados por via tópica com o extrato polissacaridíco (EP-Cs) (0,01, 0,1 e 1%/1x dia), controles com NaCl (0,9%) e eutanasiados em dias distintos (2º, 5º, 7º, 10º e 14º dias pós-ulceração) a fim de acompanhar o curso temporal do processo cicatricial. O tratamento dos animais com o EP-Cs foi avaliado por meio de parâmetros macróscopicos, marcadores de estresse oxidativo, histopatológicos e histomorfométricos. Os dados paramétricos expressos como média ± EPM e analisados por ANOVA, seguido pelo teste de Bonferroni. As análises histopatológicas expressas sob a forma de mediana (máximo, mínimo) e analisados pelo teste de Mann-Whitney ou Kruskal-Wallis/Dunn. Foi considerado estatisticamente significante valores de p<0,05. No 2º dia pós-ulceração, observou-se nos grupos tratados com o EP-Cs (0,01, 0,1 e 1%) redução do edema [0,1%: 0 (0-2) e 1%: 0.5 (0-2) vs. salina 2 (0-3)] e no 5° dia pós-ulceração, houve redução da hiperemia [0,1%: 0 (0-1) e 1%: 0 (0-1) vs. salina 1.5 (0-2)]. Além disso, no 7º dia pós-ulceração, o EP-Cs [0,1% e 1%] apresentou desprendimento da crosta (100% vs. salina: 67%) e maior presença de tecido cicatricial, no 5° dia [0,01%: 50%, 0,1%: 50% e 1%: 67% vs. salina: 17%] e 7° dia pós-ulceração [0,1%:83% e 1%: 100% vs. 50% salina]. O tratamento tópico de EP-Cs a 1% diminuiu a área da ferida do 5º (1,7 x) ao 7º dia (2 x) e aumentou o índice de cicatrização no 5° (1,2 x) ao 7° dia pós-ulceração (1,1 x) . O EP-Cs aumentou o limiar nociceptivo da 6ª hora (1,6 x) ao 7º dia (1,9x) e reduziu o infiltrado polimorfonuclear do 5º (42%) ao 7º dia (84%). Além disso, o EP-Cs 1% reduziu: os níveis de malondialdeídeo (33 %) e permeabilidade vascular (18 %) no 2º dia e aumentou os níveis de glutationa reduzida no 2º (35 %), 5º (35 %) e 7° dia (27%). O EP-Cs 1% aumentou o número de fibroblastos-miofibroblastos no 5º (2,4 x) e 7º (1,3 x) dia, a deposição de colágeno (tipo I) maduro do 5º (32%) e 7º dia (24%), além de elevar o número de vasos sanguíneos no 5° (67%) e 7° dia (47%), valores comparados ao grupo salina. A aplicação tópica de EP-Cs 1% acelera o processo cicatricial de feridas cutâneas atuando no controle da fase inflamatória e no estímulo da fibroplasia, colagênese e angiogênese. Palavras-chave: Cissus sicyoides. Cicatrização de feridas. Polissacarídeos vegetais. |