Abordagem Discursiva de Representações Sociais sobre a violência contra a mulher: em análise, o discurso de estudantes de uma escola pública de Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: SANTOS, SUELLEN FERNANDES DOS
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113551
Resumo: Na conjuntura brasileira dos últimos anos, há um acirramento nos discursos acerca da temática de gênero social, entre eles, damos destaque, nesse trabalho, às questões relacionadas à violência contra a mulher. Nessa pesquisa, analisamos as representações sociais sobre a violência contra a mulher (re) produzidas no discurso de alunas e alunos do ensino médio de uma escola pública de Fortaleza. Para isso, usamos como aporte teórico-metodológico a Abordagem Discursiva das Representações Sociais (ADRS), proposta por Irineu (2011) e outros, que articula considerações da Teoria das Representações Sociais e da Análise do Discurso Crítica para a análise de textos das mais diversas esferas da atividade humana. Para discutirmos a relação entre linguagem e sociedade com foco na temática da violência contra a mulher, trazemos também discussões acerca da temática de gênero social e sua relação com o contexto escolar a partir das reflexões de Louro (2009) e Magalhães (2006). Pelo aparato metodológico, entendemos esse trabalho como qualitativo e com um viés crítico, por isso, para dar conta do objeto estudado e da articulação proposta pela ADRS, usamos instrumentos de pesquisa da Teoria das Representações Sociais, como o Teste de Evocação Livre de Palavras; e a entrevista semiestruturada, bastante utilizada na Análise do Discurso Crítica. Da análise e discussão dos dados obtidos, observamos que o termo feminicídio aliado ao termo machismo teve uma recorrência relevante no TALP, o que nos indicou que o campo semântico relacionado à desigualdade de gênero é central na representação social dos estudantes pesquisados. Na análise das entrevistas, percebemos que os discentes usaram estratégias linguístico-discursivas como a avaliação, a transitividade, a causalidade e a representação de atores sociais para refutar os discursos dominantes do senso comum acerca da violência contra a mulher. A contestação da ideologia presente nas falas dos estudantes nos indicou um movimento de de-legitimação e de-reificação desse discurso dominante e o surgimento de um discurso de resistência que contesta a ideologia. Logo, compreendemos que a representação social sobre a violência contra a mulher por estudantes do ensino médio está relacionada ao entendimento da desigualdade de gênero como fator principal, e a contestação da ideologia que legitima esse tipo de violência foi a estratégia usada pelos discentes para a desestabilização dessa temática do senso comum e para a reflexão sobre a mudança de perspectiva para que esse tipo de violência diminua.