"Modos de ver, modos de olhar:" As imagens canônicas de Debret nos livros didáticos de História (PNLD, 2020)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Ferreira, Antonia Eliane Lima
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=115764
Resumo: A partir da década de 1980, o uso de diferentes linguagens fez com que as imagens fossem ocupando cada vez mais um papel de destaque nos livros didáticos, cuja presença passou a ser concebida como crucial para a apreensão dos conteúdos escolares. Neste sentido, é preciso analisar de que forma estas imagens vêm contribuindo para o saber histórico em sala de aula, considerando, contudo, os seus limites e potencialidades. É neste contexto que surge o interesse de discutir as construções imagéticas criadas por Debret, visto sua marcante repetição nos livros didáticos. Deste modo, selecionamos cinco coleções didáticas do Componente Curricular de História destinado à 8º série do Ensino Fundamental Anos Finais, das quais foram inscritas, analisadas e indicadas pelo Guia do PNLD de 2020 para o quadriênio (2020-2023). Assim sendo, a escolha das coleções didáticas se deu por meio da consulta na base de dados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), com o objetivo de discutir as representações imagéticas de autoria de Debret acerca da população negra no Brasil, na primeira metade do século XIX, tendo como pergunta norteadora: como as imagens de Debret amparam estigma e estereótipos sobre estes sujeitos nos livros didáticos de História? A abordagem qualitativa permitiu a tessitura do texto escrito e a compreensão da história segundo Minayo (2007), empregando a categoria conceitual de representação em Chartier (1991) e Pesavento (2008); as imagens canônicas por Saliba (1999); a fixidez em Bhabha (1998) e o livro didático de acordo com Johnsen (1996), Choppin (2004) e Bittencourt (2018). Por meio destas, operacionalizamos problemas e documentos relacionando teoria e empírica, no qual mostram que as imagens disponíveis nos livros didáticos de História construídas por Debret reiteram estigmas e estereótipos, cujo olhar corrobora para uma visão restrita sobre os sujeitos negros ali representados, “aprisionando-os” nos ideais colonialistas servindo-se, portanto, de abrigo para uma visão estereotipada e preconceituosa.