Das instituições totais aos dispositivos comunitários de saúde mental: estudo das redes sociais de um CAPS no município de Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Adeodato, Antônia Iara
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=111673
Resumo: Nesta dissertação analiso a estruturação de uma rede de apoio social, organizada em torno do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) geral do bairro Jardim América, localizado no município de Fortaleza, Ceará. Tal rede é constituída pelos profissionais do CAPS do Jardim América, por sujeitos classificados como portadores de transtornos mentais e seus familiares, além de demais pessoas envolvidas no processo de cuidado (membros de associações e cooperativas de bairro, integrantes de igrejas, amigos, vizinhos). Na construção deste objeto, fui instigada pela premissa de que o CAPS faz uso de práticas em associação com os campos de sociabilidades existentes no cotidiano das pessoas em tratamento, considerando-as um importante dispositivo terapêutico. Partindo desse pressuposto, compreendo que avaliar este novo modelo assistencial de saúde mental denota considerar fatores externos ao indivíduo e presentes em seu cotidiano, em hábitos de vida e em práticas de sociabilidade. Para a concretização desta pesquisa, realizo uma análise documental das principais normas jurídicas pertinentes à Política Nacional de Saúde Mental, uma abordagem de orientação etnográfica do CAPS, além da proposta de Análise de Redes Sociais (ARS) destinada ao mapeamento das redes de apoio dos usuários deste serviço de saúde mental. Neste sentido, a ARS se constituiu como ferramenta conceitual, analítica e metodológica. Os resultados apontaram que: 1) a rede de cuidados vinculada ao CAPS se estrutura a partir das tensões existentes entre as sociabilidades cotidianas dos usuários e as práticas institucionais de tratamento; 2) apesar da mudança do modelo de tratamento, as redes sociais das pessoas com transtorno mental continuam fragilizadas; 3) as práticas representativas do hospital psiquiátrico ainda estão presentes no cotidiano dos usuários do CAPS; 4) as redes de apoio social dos usuários do CAPS se caracterizam, sobretudo, por interações com parentes, membros de grupos religiosos, profissionais e outros profissionais do CAPS; 5) contrapondo-se ao discurso do Estado, existe pouca oferta e abrangência das atividades desenvolvidas pelo CAPS, envolvendo os campos de sociabilidades dos usuários do CAPS. Em conclusão, chama-se atenção para a reflexão sobre a importância do fortalecimento dos vínculos sociais e comunitários nas práticas de cuidado direcionadas as pessoas com transtornos mentais. Palavras-chave: Saúde mental. Rede social. Sociabilidade. Políticas públicas. Atenção psicossocial.