“Patenteando” metáforas: uma descrição do uso de metáforas em documentos de patentes de invenção

• Ano de defesa: 2015
• Autor(a) principal: Mourão, Jessé de Sousa
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Palavras-chave em Português: Cognição corpórea; Linguagem especializada; Linguística cognitiva; Metáfora conceitual; Patentes
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=111862

<div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">A Linguística Cognitiva têm oferecido propostas teóricas valiosas para o entendimento do</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">funcionamento da linguagem e do pensamento humano. Dentre elas, a Teoria da Metáfora</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Conceitual serviu de base, neste trabalho, para a descrição e análise dos usos metafóricos em</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">documentos de patentes de invenção biotecnológicas europeias. Amparados pelos postulados</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">teóricos de George Lakoff e Mark Johnson (1980, 2003), partimos da noção de que a metáfora</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">é muito mais que um recurso estilístico, própria apenas de certas linguagens; para além disso,</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">ela faz parte da mecânica cognitiva e conceitual humana, permeando as formas de</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">pensamento e expressão nas diversas situações comunicativas, desde as mais corriqueiras.</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Assim, pressupomos que a linguagem especializada da patente, também seria carregada de</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">metáforas. Para confirmar isso e identificar os usos metafóricos nas patentes, bem como suas</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">funções e efeitos nesses textos, adotamos as propostas metodológicas da Linguística de</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Corpus, mais especificamente os modelos de identificação de metáforas desenvolvidos por</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Berber Sardinha (2006), com o auxílio das ferramentas do software WordSmith Tools (v.6). O</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">corpus de estudo foi composto por textos das seções de descrição e reivindicações de 50</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">patentes europeias concedidas da área da biotecnologia. As colaborações teóricas dos autores</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">já citados, além de desenvolvedores da Semântica Cognitiva e disciplinas contíguas</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">(GRADY, 1999; FELTES, 2007; KÖVECSES, 2010; GIBBS, 1994, 2008; LIMA, 2003,</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">2006; CAMERON, 2003) e dos estudos da metáfora no âmbito da linguagem especializada</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">(TEMMERMAN, 2000; GILES, T. D., 2008; SMITH, 2007; RITCHIE, 2006), entre outros,</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">nos ajudaram a confirmar nossa hipótese geral e observar que os redatores de patentes usam</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">vários tipos de metáforas para facilitar o processo descritivo e reivindicatório de uma patente</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">de invenção; principalmente porque a metáfora nesses textos, conforme avaliamos: auxiliam</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">na compreensão de processos e estruturas não experienciados diretamente, ajudam a evocar</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">um campo de conhecimento técnico já estabelecido, possibilitam a criação de categorias</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">(escopos), ajudam na compreensão de conceitos especializados, facilitam o entendimento de</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">novos tipos de elementos e funcionalidades tecnológicas e orientam o leitor/examinador na</span></font></div><div style="text-align: left;"><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">compreensão de conceitos a partir de outras perspectivas.</span></font></div>