Patrimônio, memória e silêncios: a Casa de Câmara e Cadeia do Crato, de cárcere à Museus.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Brito, Rosangela Laurentino
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=111743
Resumo: Esta pesquisa objetiva construir conhecimento histórico sobre a produção das memórias relacionadas à antiga Casa de Câmara e Cadeia Pública do Crato, na região do Cariri cearense, as relações dessas memórias com o patrimônio e o seu cotidiano. Símbolo de poder e força, a instituição que abrigava a antiga Cadeia do Crato funcionou de 1816 até 1972. No debate historiográfico contemporâneo, estudos vêm construindo saberes sobre os chamados “novos patrimônios”. Dentro deste rol, o chamado “patrimônio difícil ou sombrio” é marcado por ser “palco” de experiências dolorosas, inseridas em relações de poder institucionalizadas, a exemplo das prisões, dos manicômios e leprosários (MENEGUELLO, 2020, 2014). Esse “patrimônio da dor” coloca em cena sujeitos marginalizados, instituições de poder e demandas contemporâneas voltadas aos direitos humanos (BAUER, BORGES, 2018). O conceito memória é essencial para o estudo, pois será a base das reflexões. A experiência estudada demonstra que existem memórias que não são projetadas publicamente sobre a Cadeia, muitas permanecem silenciadas. A pesquisa foi desenvolvida através da utilização da metodologia da História Oral, dando destaque ao alcance social das memórias dos sujeitos históricos que foram presos na cadeia na segunda metade do século XX, de seus familiares e demais contemporâneos. Com esse procedimento metodológico, a entrevista oral assume o núcleo da investigação, dando destaque as subjetividades das narrativas (MONTENEGRO, 2010; PORTELLI, 2016). Além das fontes orais, também são utilizadas fontes escritas, como jornais, publicações em periódicos e a própria historiografia regional.