Estudo das Atividades Antinociceptiva e Inflamatoria do Veneno de Dinoponera Quadriceps (Hymenoptera

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Sousa, Paloma Leao
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=75176
Resumo: Dinoponera quadriceps (Hymenoptera, Formicidae, Ponerinae) é uma formiga primitiva e endêmica do nordeste brasileiro que possui uma glândula de veneno associada a um ferrão com função para captura de presas e defesa. O estudo do veneno de formigas pertencentes ao gênero Dinoponera é de interesse clínico, visto que sua ferroada causa forte dor local, seguida por eritema e edema, sinais clínicos da inflamação aguda, além das informações da medicina popular que demonstram que tanto o macerado da formiga como o veneno produzido por esta são utilizados como analgésico para dor de ouvido, reumatismo e dores nas costas. Dados experimentais demonstram o efeito inflamatório e antinociceptivo do veneno de outros Hymenoptera. O objetivo do presente trabalho foi avaliar as atividades antinociceptiva e inflamatória do veneno de Dinoponera quadriceps em camundongos. O veneno de D. quadriceps (DqV) mostrou-se composto de proteína (64%) com bandas protéicas que variam entre 15 e 100 kDa. Em testes comportamentais de nocicepção, o DqV inibiu a segunda fase do teste da formalina nas doses de 10 &#956;g/kg (40%), 50 &#956;g/kg (56%) e 100 &#956;g/kg (72%), as contorções abdominais induzidas por ácido acético nas doses de 5 &#956;g/Kg (45%) e 50 &#956;g/Kg (52%) e a hipernocicepção induzida por carragenina na dose de 50 &#956;g/kg (47%, na 1ª h) e nas doses de 50 &#956;g/kg (71%) e 500 &#956;g/kg (47%, na 3ª h). O efeito hiponociceptivo do DqV (50 &#956;g/kg) foi mantido até a 4ª h (46%). O DqV (50 &#956;g/kg) aumentou o tempo de latência da resposta ao estímulo térmico durante todo o curso temporal (1-5 h) com efeito máximo na 3ª h (83%), mas foi destituído desse efeito quando aquecido à temperatura de 100 °C por 1h. A atividade antinociceptiva do DqV não foi acompanhada de alterações na atividade motora dos camundongos. Em modelos de inflamação in vivo, o DqV induziu a formação de edema de pata nas doses de 5 &#956;g/kg (3X), 50 &#956;g/kg (4X) e 500 &#956;g/kg (7X) e aumento na permeabilidade vascular em 4X apenas na 1ª h. O DqV (50 &#956;g/kg) estimulou a migração de neutrófilos (7X) e de mononucleares (1,4X). O efeito edematogênico do DqV envolve a participação de histamina, serotonina, citocinas, leucotrienos, prostaglandinas e óxido nítrico e o efeito estimulante sobre leucócitos envolve a participação de citocinas. A migração de neutrófilos induzida pelo DqV foi potencializada em 1,7X pelo tratamento com tioglicolato a 3% e em 1,5X pelo tratamento com o composto 48/80. Cultura de macrófagos em presença do DqV demonstrou que este não alterou a regulação de IL-1&#946; e TNF-&#945; na expressão de mRNA em macrófagos RAW 264.7, sem causar citotoxicidade. Em suma, o veneno de D. quadriceps possui propriedades antinociceptiva e inflamatória, corroborando sua potencialidade terapêutica relatada na medicina popular.<br/>Palavras-chave: veneno proteico, Dinoponera quadriceps, efeito antinociceptivo, inflamação, macrófagos RAW 264.7.<br/>