As condições de trabalho dos professores de educação física no ambiente não-escolar da região do Cariri

• Ano de defesa: 2024
• Autor(a) principal: SANTOS, MARIA DE FATIMA OLIVEIRA
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso embargado
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=115497

Essa pesquisa de mestrado se propõe a examinar as condições de trabalho dos professores de Educação Física no campo não-escolar na região do Cariri, sendo mais especificamente nas cidades de Crato, Juazeiro do Norte e Barbalha (CRAJUBAR) a partir da dinâmica de superexploração do trabalho imposta pela ordem do capital em um contexto de precarização e avanço do projeto neoliberal. Uma vez que as condições de trabalho no contexto neoliberal são demarcadas por mudanças significativas nas relações de trabalho, como a intensificação da exploração, a precarização das condições de trabalho, a concentração de renda e a intensificação da desigualdade social. Além disso, as políticas neoliberais têm sido uma das causas da crise estrutural do capitalismo e da intensificação das tensões sociais. O enfoque teórico- metodológico norteador da pesquisa encontra-se no materialismo histórico-dialético, por compreender que apenas nele é plausível a efetivação conceitual da relação entre dimensões diversas e contraditórias do fenômeno, assim como determinações objetivas e subjetivas que nele consiste. Assim, teremos melhor entendimento da materialidade do mercado de trabalho, no que tange o professor de educação física que está atuando fora da escola, partindo das condições e contradições postas no próprio locus do trabalho. Nesse sentido, os campos de trabalho dos professores de Educação Física passaram por transformações ao longo de sua história que no marco capitalista, impactaram diretamente nas relações de trabalho, que hoje possibilitam a ocupação em dois campos de atuação. E, portanto, os avanços das políticas neoliberais contribuíram concretamente para as atuais condições que os trabalhadores de modo geral vêm enfrentando e, no contexto da educação física, são exigidas o máximo de rendimento sem dar as mínimas condições para que o trabalho aconteça. Desse modo, as entrevistas realizadas confirmam todas as análises sobre a precarização do trabalho no contexto não- escolar. Essa realidade para o Cariri revela uma situação crítica. Ao analisar as entrevistas, é possível perceber que a criação da indústria fitness na região do Cariri não apenas trouxe oportunidades de emprego e empreendedorismo, mas também expôs uma série de desafios e precariedades enfrentados pelos profissionais desse setor. Questões como baixos salários, jornadas exaustivas, falta de estabilidade financeira e ausência de regulamentação adequada são comuns entre os relatos dos entrevistados. Além disso, a concentração de poder nas mãos dos empresários do fitness, que muitas vezes exploram a mão de obra dos trabalhadores em busca de lucro máximo, ressalta a desigualdade de poder e a falta de proteção dos direitos trabalhistas na região. Por fim, é importância de reconhecer a precarização do trabalho no ramo fitness e em outros setores. A tendência ao individualismo, a falta de mobilização coletiva, a precarização crescente e a diminuição das fronteiras entre vida social e profissional são questões urgentes que afetam não apenas os trabalhadores, mas também a qualidade dos serviços oferecidos e, consequentemente, toda a sociedade.