Entre retrovisores: sociação e auto-organização do trânsito de motociclistas em Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Barbosa, Rodrigo Holanda
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=97512
Resumo: Investigamos o trânsito dos motociclistas na cidade de Fortaleza. Popularmente, retratado como caótico, nele circula uma frota com mais de 278 mil motocicletas. Tendo base na interdisciplinaridade de um fazer sociológico na perspectiva do pensamento dialético de entremeio, pautamos um empreendimento à luz a experiencialização dos fenômenos desse trânsito de motocicletas, durante os anos de 2018 e 2019. Foram cobertos vários trajetos que abrangem bairros do centro e da periferia de Fortaleza, além de captação de fotografias e entrevistas guiadas com motociclistas. Nosso estudo, em um primeiro momento, resgata a história dos veículos automotores, suas origens e relações com o processo de modernidade. Daí em diante, procuramos a relação que as transformações concretas do trânsito de motocicletas, mediante o relato etnográfico das condutas auto-organizadas pela prática cotidiana de sociação uns com os outros, possui com as formas lógicas auto-organizadas que orientam tais condutas. Fizemos anotações sobre a mediação técnica entre motociclistas e motocicletas, sobre a incidência da experiência social no corpo dos condutores, nas relações inter-humanas, nas maneiras de vestir e na dinâmica do trânsito. Tecemos breves considerações sobre a relação da lei com a prática, envolvendo o processo civilizador e seus códigos de etiqueta, como o Código de Trânsito Brasileiro, além do aprendizado prático e do saber prático adquirido pelos motociclistas em seu trânsito conjunto. Em seguida, discutimos analiticamente as condutas através da categoria de “gambiarra” e da aceitabilidade moral dos actantes. Por fim, reservamos espaço para tecer considerações e esclarecimentos acerca das formas lógicas que dão sentido as condutas dos actantes nos campos de ação. Como achados de pesquisa, pudemos desvendar como os motociclistas buscam na própria dinâmica social a regulamentação de que precisam. Restando-nos as certezas de como é vasto o cenário da vida urbana cotidiana, entre as fronteiras incertas do legal e ilegal. E a reivindicação dos homens e mulheres comuns na produção dessa vida e de seu espaço público. Palavras-chave: Auto-organização. Motociclistas. Sociação. Trânsito.