Violência homofóbico-corpóreo-ideológica: recontextualização e indexicalidade no perfil G1.com do Facebook

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Reis, Ivonildo Da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=116220
Resumo: Este ato de pesquisa investiga a violência homofóbica contra homossexuais masculinos operada em comentários online no perfil G1.com do Facebook sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal brasileiro, no ano de 2019, de possibilitar a criminalização da homofobia. Ao partirmos de tal prática linguística entre usuários dessa rede social e assumirmos o caráter performativo da linguagem, objetivamos analisar o processo de indexicalização e recontextualização ideológica da violência homofóbica e, para tanto, passamos a discuti-la como movimento social reinstaurado por atos corpóreo-simbólicos capazes de interligar a práxis situada a ordens sociais e discursivas construídas em diferentes contextos histórico-espaciais identificados nas interações analisadas, as quais mostram a abrangência da homofobia no cotidiano. Compreendemos o comentário online como simbólico e corpóreo, em que a separação sujeito-corpo/objeto-palavra, baseada na representação, é desfeita. Contrários à imposição heterossexualizante advinda de uma concepção essencialista-representacionista da linguagem, recorremos a uma perspectiva queer que advoga o valor performativo, iterável e citacional das performances de gêneros e sexualidades, as quais reivindicam a quebra da ontologia binária masculino/feminino traduzida na circularidade sexo-sexualidade-gênero. Como performances, atos de corpo-símbolo são capazes de recriar as condições de significação e proporcionarem a mobilidade entre os contextos, desfazendo a doutrina referencialista e fixa da linguagem. Pelo método netnográfico como caminho qualitativo-exploratório-interpretativista, o processo de sentido recontextualizador da violência ¬homofóbica é analisado por meio das pistais indexicais dos modos e estratégias simbólico-corpóreo-ideológicas, o que nos aponta o ato homofóbico como tentativa de manter o biopoder heteronormativo, constituído por saberes que se pretendem verdadeiros e manifesto de maneira microfísica. Por tal via, entendemos que ocorre a exclusão social de sujeitos homossexuais, a qual se dá no diálogo entre os contextos, mas que, pelo devir perlocutório, abre-se a performativos de resistência.