A transformação do silêncio em arte: A arte de mulheres negras como práxis educativa interseccional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Teofilo, Rafaela Maria Teixeira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=109391
Resumo: Esta Tese de Doutoramento buscou contribuir com a construção de uma “teoria interseccional da arte” com o intuito de aprofundarmos o debate sobre a necessidade de analisarmos e produzirmos obras de artes a partir da práxis da interseccionalidade. Nossa problemática parte da investigação da condição das mulheres negras na sociedade e no campo da arte: De que modo ocorre a reprodução da mulher negra na arte hegemônica? Como a estrutura interseccional nega espaços para as mulheres negras produzirem suas próprias representações? Como as mulheres negras rompem os silenciamentos interseccionais com a sua arte? Para responder as questões centrais que permeiam nossa tese, buscamos, através de categorias centrais, compreender a divisão do trabalho alicerçada nos conceitos do nó e da interseccionalidade entre raça-classe-patriarcado, e suas determinações para vida das mulheres negras. Bem como, de que modo o capital constrói estereótipos das mulheres negras solidificado nessas estruturas que naturalizam a exploração, a expropriação, o racismo, o epistemicídio, epistea objetificação e dominação dos nossos corpos. No estudo, erguemos um diálogo sobre a relação entre arte e o conceito de interseccionalidade, refletindo sobre as formas dominantes das representações das mulheres negras na cultura, e no âmbito da produção artística que buscam silenciar as nossas vozes e nossa existência de formas diversas. Nossa tese buscou, ainda, evidenciar o trabalho artístico e intelectual de mulheres negras, com consciência racial, de gênero e de classe, que ousam e usam sua voz e suas produções para quebrar a máscara do silêncio e compor a luta coletiva de denunciar o racismo e construir possibilidades de desenvolvermos nossas capacidades artísticas, criativas, intelectuais, científicas, etc. Utilizamos o método de análise interseccional, a técnica de pesquisa de revisão bibliográfica, trazendo como base, essencial, as mulheres negras que resistiram frente a história violenta de colonização, e nas intelectuais e artistas negras como Lélia Gonzalez, Patrícia Hill Collins e Sirma Bilge, Sueli Carneiro, Bell hooks, Grada Kilomba, Conceição Evaristo, Bia Ferreira, Mel Duarte, Lídia Rodrigues, bem como, nas intelectuais Heleith Saffioti, Silvia Federici, Flávia Biroli, entre outras. O estudo concluiu que: se não existisse desigualdade não precisaríamos ter representação, só temos que representar uma raça por que todas as outras pessoas negras estão excluídas. . Com efeito, se até hoje somos tratadas como objetos, objetos do saber, nos ergueremos pela arte, faremos das palavras nossas armas de libertação. O texto que aqui se encontra está sendo forjado para desnaturalizar estereótipos reproduzidos em ditas obras de arte e destruir a ideia de destino traçado para nós mulheres negras. Esta pesquisa busca enfrentar e desconstruir os silêncios que me compõem, e as narrativas que nos desumanizam e nos colocam em lugares de subalternidade e/ou de exotização. Portanto com base nas autoras supracitadas, e outras que serão abordadas ao longo do texto, defenderemos aqui o direito de fruir e produzir uma arte negra progressista. Palavras-chave: Produção da arte. Interseccionalidade. Mulheres negras.