O teatro em Russas-CE: cenas de engajamento artístico-político do Arco Íris à Oficarte (1984-1999)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: MAIA, YASMIN FERREIRA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=111809
Resumo: A dissertação apresenta a análise sobre o teatro na cidade de Russas-CE, a partir das experiências de dois grupos amadores - Arco Íris e a Oficarte -, que marcaram significativamente a sua história. Busco discutir de que maneira os coletivos teatrais procuraram construir e atribuir sentido aos seus engajamentos artístico-políticos no período de 1984 a 1999. A partir da análise da historicidade de ambos os grupos teatrais problematizo as práticas e representações, a escolha pelo amadorismo, engajamento e militância. A análise privilegiou as fontes orais, construídas dialogicamente com os sujeitos da pesquisa, escritas - documentos oficiais do arquivo privado dos grupos teatrais e a imprensa (Tribuna do Ceará e Diário do Nordeste). Assim, tornou-se possível verificar que ambos grupos artísticos estiveram envolvidos em um ambiente bastante favorável para uma atuação mais engajada, haja vista alguns impulsionamentos que proporcionaram a sua construção enquanto sujeitos mais conscientes politicamente. Além da própria atmosfera política do período, temos também a ligação de ambos com as Comunidades Eclesiais de Base - CEBs, o Partido dos Trabalhadores - PT e a filiação com a Federação Estadual de Teatro Amador - FESTA. A partir das análises, conseguimos demonstrar que tratavam-se de artistas que se identificaram amadores a partir de uma perspectiva engajada com o movimento, dispostos a se contrapor às dominações simbólicas de seu tempo através dos produtos artísticos, lutando simbolicamente contra a arte pela arte, aos estigmas relacionados ao meio artístico, aos abusos do capitalismo e do Estado, as desigualdades presentes no país, ao preconceito racial e social, entre outras imposições do/no mundo social. Como estamos tratando de grupos artísticos, procuramos situá-lo em um campo específico, o campo artístico, repleto de acirramentos, competições e lutas pelo monopólio do valor simbólico do seu trabalho diante dos outros. Por fim, ressaltamos que a pesquisa situa-se no campo da Nova História Cultural.