Habitus, representações sociais e construção identitária dos professores de Maracanaú

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Albuquerque, Lia Matos Brito de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=36018
Resumo: <span style="font-style: normal;">Nas últimas três décadas, a questão da identidade social do professor tem sido discutida sob variados enfoques teóricos, não só no Brasil, mas além das nossas fronteiras. Nesta tese, aborda-se este tema a partir da proposta teórica que vem sendo desenvolvida por Domingos Sobrinho que se ampara fortemente na aproximação epistemológica entre a praxiologia de Pierre Bourdieu e a Teoria das Representações Sociais formulada por Serge Moscovici. Partiu-se do pressuposto que esta articulação permitiria a preensão dos referentes identitários do grupo social investigado. O universo da pesquisa é constituído de professores do ensino fundamental do município de Maracanaú, estado do Ceará, que se encontravam em sala de aula há pelo menos três anos e estavam matriculados ou haviam concluído o Curso de Formação Docente promovido pela UECE nesse município. Considerando-se que a identidade social do professor é um processo em permanente construção, resultante de suas vivências cotidianas e das interferências oriundas do contexto social, as tarefas investigativas forma implementadas em duas etapas distintas, embora complementares. Inicialmente, com o objetivo de pôr em evidência a gênese da formação do </span><em>habitus </em>desse professorado, procedeu-se à análise das trajetórias familiar e escolar de onze docentes que participavam do referido curso, utilizando-se como principais fontes de dados: memoriais temáticos, entrevistas semi-estruturadas e observações feitas - dentro e fora da sala de aula - ao longo de quatro semestres letivos. Na segunda etapa foi aplicado um teste de livre associação de palavras a 426 professores, visando-se apreender a estrutura das representações sociais de família e escola, estratégia metodológica considerada necessária para ampliar a identificação de certos esquemas do <em>habitus </em>em estudo, de acordo com o modelo teórico seguido. Os resultados evidenciaram que a identidade do professor de Maracanaú se constitui e se transforma numa dinâmica multifacetada, na qual se manifestam acertos e desacertos, certezas e dúvidas. Ao lado, por exemplo, de um discurso inovador que busca afirmar o magistério como profissão e não mais como simples vocação ou missão, identificam-se falas e atitudes que apontam um caminho oposto, preconizando a escola como extensão da família, a defesa das relações parentais com os alunos e a sacralização de certos aspectos do cotidiano escolar. Tais ambiguidades e incoerências existem aos olhos da ciência, todavia são inerentes ao discurso do senso comum no qual estão presentes as influências das matrizes e referentes culturais do processo de construção identitária desse professorado, o que foi confirmado pela pesquisa de suas representações sociais de família e de escola. Palavras-chave: habitus, campo social, representações sociais, família, escola.