A cultura do silêncio e a cultura do diálogo na identidade profissional do pedagogo à luz do pensamento freiriano

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Daniele Cariolano Da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=106791
Resumo: Esta pesquisa objetivou desvelar como se configuram a cultura do silêncio e a cultura do diálogo na identidade profissional do pedagogo integrado ao corpo Técnico Administrativo em Educação (TAE) no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE) à luz do pensamento freiriano. Após delinear o contexto geral de ação pedagógica desse profissional de educação foram investigadas as implicações subjacentes à compreensão da temática abordada, considerando os objetivos específicos: traçar o perfil profissional do referido ‘pedagogo-TAE’; analisar os sentidos atribuídos à cultura do silêncio e à cultura do diálogo por esse sujeito; caracterizar a prática profissional desse pedagogo na instituição; identificar as dimensões da cultura do silêncio e da cultura do diálogo vivenciadas na prática desse profissional de pedagogia; discutir sobre as marcas identitárias do referido profissional. Partiu-se da tese: no entrelaçamento entre as relações, saberes e racionalidades na prática profissional, a cultura do silêncio se configura institucionalmente ideologizante, silenciadora e preponderante sob as dimensões da cultura do diálogo, expressa em superficiais formas organizadoras e unificadoras. O caminho teórico-metodológico adotado considerou os pressupostos qualitativos de investigação, o paradigma da teoria crítica e o estudo de caso coletivo como método de pesquisa. Implicou recorrer ao questionário semiaberto (via Google Forms) e à entrevista reflexiva (via Google Meet) como procedimentos de produção de dados. Os participantes foram pedagogos integrantes do quadro Técnico Administrativos em Educação (TAE) do IFCE. Contemplou-se 14 sujeitos, cada um representou um campus diferente. No processo de análise de dados utilizou-se o software Nvivo e a análise de discurso. Os resultados evidenciaram: I - a cultura do silêncio, como processo e produto, configura-se mediante ações e relações de deslegitimação, desvalorização e invisibilidade do pedagogo-TAE; de ausência de incentivo às práticas formais de ensino, extensão e pesquisa; de divisão, segregação e diferenciação entre quadros profissionais; de insuficiente apoio institucional ao desenvolvimento e à qualificação profissional. Descortinaram-se também contextos propícios à coação e violência psicológica, incluindo representações e manifestações de caráter próximo a discursos sexistas e racistas; II - a cultura do diálogo, também como processo e produto, expressa por meio de ações e relações nas quais se vislumbram contextos gerais dialógicos, do dizer e da escuta para tomada de decisão; de específicas situações de comunicação entre coordenador de curso, diretor e pedagogo-TAE, com vistas a entendimentos possíveis; existência de conselhos escolares; processos de organização e união entre os pedagogos-TAEs, demonstrando um ambiente setorial de partilha, organização e colaboração; situados discursos e contextos formativos. Têm-se nuances identitárias de ofício, de continuidade do tipo organizacional, em que se tem uma progressão visada, mas não reconhecida, sob a base de um sistema de meritocracia, hierarquização e poder. Em síntese, vislumbra-se a necessidade da construção de espaços legítimos de diálogo, participação e democratização de discussões e decisões; processos de colaboração, organização e união entre os quadros profissionais da instituição; um autêntico diálogo, de caráter estrutural e cultural, inerente à dinâmica institucional. Importe desideologizar e desmitificar os contextos institucionais por relações dialógicas ‘eu-tu’, necessárias e expressas em ações culturais de libertação.