A “CORAGEM DA VERDADE” NA RELAÇÃO MÉDICO-PACIENTE ONCOLÓGICO: COMUNICANDO A MÁ NOTÍCIA NA PRÁTICA E FORMAÇÃO PROFISSIONAL

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: RODRIGUES, JOSIANE VASCONCELOS
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=88106
Resumo: <div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">A relação médico-paciente e o sofrimento psíquico do profissional de saúde em oncologia é um tema bastante discutido na atualidade. Em especial, destaca-se o pouco preparo emocional dos médicos em lidar com situações de má notícia o que propicia um distanciamento na relação com o paciente, interferindo no vínculo e acolhimento e podendo gerar tanto práticas de cuidado ineficazes como, o sofrimento psíquico do médico pela frustração e limitação da sua intervenção. Nesse contexto, cria-se a necessidade de um olhar sobre a formação e preparação deste profissional acerca do cuidado de si/autocuidado. O objetivo geral da pesquisa é compreender as experiências dos médicos-residentes e médicos-preceptores na comunicação da má notícia para pacientes oncológicos e o uso da “parrhesía- coragem da verdade”, na intenção da construção de um encontro baseado na fala franca e no cuidado de si. Assim como, apreender qual a relevância de cuidar de si para os médicos-preceptores e médicos-residentes na prática clínica. O estudo é de natureza qualitativa, com referencial na abordagem da Fenomenologia Hermenêutica de Paul Ricoeur, que buscará a compreensão das narrativas dos médicos residentes e seus preceptores como fenômenos em toda sua complexidade. A pesquisa foi realizada no hospital especializado na área oncológica, com a participação de 5 médicos-residentes e 5 médicos preceptores. Para coleta de dados foram utilizadas as técnicas de entrevista semi-aprofundada e questionário sóciodemográfico A análise e interpretação dos dados foi pautada na análise de narrativas inspirada em Paul Ricoeur, como desenvolvido por Geanellos (2000), Ekman et al. (2000) e Caprara e Veras (2005), que busca revelar o significado da experiência vivida pelos sujeitos através da interpretação da narrativa de suas falas transformadas em texto. Após a leitura do material contido nas entrevistas, identificamos três categorias de análise: a formação na residência médica; a relação médico-paciente, em especial a comunicação da má notícia e o uso da fala franca na experiência profissional; e por último, o cuidar de si, no conceito de autocuidado e qualidade de vida. Observamos o que a fala franca pode ser pautada em dois sentidos, como uma fala dita franca pela técnica e a fala franca por uma maior consciência de si e do outro. Os entrevistados reafirmam a sobrecarga de serviços e a burocracia como fatores dificultadores para a maior qualidade na relação com o paciente, do mesmo modo para o autocuidado - o cuidar de si fica implicitamente em segundo plano ou para o futuro. Faz-se necessário maior investigação e intervenção acerca das formas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">9</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">educacionais, visto que a maioria não lembrava ou não considerava relevante a formação sobre a relação médico-paciente e a comunicação de má notícia, que na residência médica é apreendida pela observação dos pares. Esse momento de reflexão e produção de espaços de novas possibilidades para a aplicabilidade real da qualidade da relação consigo mesmo e com o outro.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Palavras-chave: Relação médico-paciente. Formação Médica. Comunicação de má notícia. Cuidado de si.</span></font></div>