Formação inicial do pedagogo em IES públicas e privadas de Fortaleza no contexto de mercantilização do ensino superior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Xavier, Maria Valonia da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=85706
Resumo: A presente pesquisa insere-se na Linha de Pesquisa Marxismo e Formação do Educador do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Estadual do Ceará, no Grupo de Pesquisas Ontologia do Ser Social, História, Educação e Emancipação Humana (GPOSSHE) do Instituto de Estudos e Pesquisas do Movimento Operário (IMO/UECE). Parte do pressuposto de que a categoria trabalho é o complexo fundante dos homens e de que a educação, enquanto complexo fundado no e pelo trabalho, possui autonomia relativa em relação a ele. A educação, bem como o trabalho, é própria do mundo dos homens. Ela é essencial para o processo de reprodução humana, uma vez que sua função é propiciar aos indivíduos a apropriação dos conhecimentos, habilidades, valores e comportamentos que fazem parte do patrimônio cultural da humanidade, necessário para que os indivíduos se tornem parte do gênero humano. O referencial teórico que a norteia ancora-se em Karl Marx, bem como em alguns de seus intérpretes, como é o caso de Lukács, que instaurou uma leitura ontológica da teoria marxiana, além de outros autores que se dedicaram à contribuição da obra marxiana para os estudos no campo da educação, da economia política e da formação docente. Essas referências foram utilizadas neste texto, uma vez que considera que o marxismo ajuda a compreender o objeto em sua totalidade, colaborando na apreensão do real como síntese de múltiplas determinações. Neste sentido, o trabalho se fundamenta no materialismo histórico-dialético, tendo como procedimentos metodológicos a pesquisa bibliográfica e documental. O objetivo geral desta pesquisa foi analisar os rebatimentos da mercantilização do Ensino Superior na formação de licenciandos em Pedagogia em instituições privadas localizadas na cidade de Fortaleza. Para alcançar tal objetivo, foram traçados os seguintes objetivos específicos: compreender a natureza ontológica da educação e suas especificidades na sociedade capitalista; entender o duplo caráter da educação enquanto mercadoria e analisar as matrizes curriculares do curso de Pedagogia das IES escolhidas, a fim de perceber como a mercantilização do Ensino Superior se expressa na formação dos licenciandos em Pedagogia. A educação se insere no novo momento da produção capitalista cuja principal característica é a crise de realização do valor de troca, ou seja, uma crise no próprio processo de valorização do capital, por isso ela é conhecida como crise estrutural do capital que, tendo que se recriar para manter-se, utiliza-se de vários artifícios para ter lucro, dentre eles coloca a educação no rol das mercadorias, dando a ela um preço. Pouco importa se é a educação ou outro objeto do trabalho que se torne mercadoria. O que importa é a geração de dinheiro, mas não a mesma quantidade de dinheiro empregada anteriormente. A partir da análise documental das ementas e material utilizado nas disciplinas, foi possível concluir que a formação de professores regida pelos interesses do sistema gera uma formação limitada e voltada para o mercado. De acordo com as análises empreendidas, percebeu-se a intenção de uma formação para a aceitação da sociedade posta como única forma de sociabilidade possível. Tal formação gera um indivíduo capaz de aceitar as mudanças impostas pelo mercado como algo natural e imutável. É lícito dizer, portanto, que uma formação que apregoa que o indivíduo é um negócio e que, nesse sentido, tem que ser gerenciado como tal, moldando o comportamento humano como se fosse uma empresa, gera uma deformação humana. Tal formação está a serviço do capital e não a serviço da emancipação humana.<br/>Palavras-chave: Educação. Mercantilização. Ensino Superior. Pedagogia.