Análise da proteção dos grandes tanques para o controle do Aedes Aegypti na perspectiva Eco-Bio-Social da sustentabilidade e participação da comunidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Queiroz, Ana Carolina Melo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=106326
Resumo: Uma estratégia inovadora para o controle de vetores, a abordagem eco-bio-social (EBS), se destaca pela aplicação de conceitos e práticas relacionadas à educação social e ao cuidado com o meio ambiente. Diante das ações de vigilância e controle do Aedes aegypti no ambiente domiciliar, é necessária inspeção de diferentes recipientes nos quais o mosquito pode ser encontrado, porém, os grandes tanques podem se constituir como importantes recipientes para sua proliferação. O estudo busca analisar a sustentabilidade e a participação da comunidade na proteção dos grandes tanques para o controle Aedes aegypti. Para tanto, utilizou-se uma abordagem qualitativa sob a teoria da abordagem EBS, realizada no município de Fortaleza, Ceará, nos bairros Conjunto Ceará e Vila Manuel Sátiro. Os participantes foram moradores que participaram de uma intervenção, sob o olhar da EBS, na qual se recomendou que os grandes tanques elevados fossem selados. Em seguida, foram realizadas visitas domiciliares, finalizando com 23 entrevistas, semiestruturadas. Essas foram transcritas e utilizou-se a Análise de Conteúdo/Temática de Minayo. Assim, delimitaram-se as categorias: “Sustentabilidade, durabilidade e permanência da vedação” e “Participação da comunidade na proteção e vigilância dos grandes tanques para o controle do Aedes aegypti”. Percebeu-se que devido à irregularidade do sistema de distribuição de água, tornou-se uma imposição a existência dos reservatórios em domicílios, em locais de difícil acesso aos moradores, o que os leva à dependência de outras pessoas para fazer a vigilância ou profissionais para realizar a lavagem ou reparos nos tanques e, portanto, ocasiona a violação precoce da vedação. Entretanto, essas pessoas ou profissionais, na maioria das vezes, da construção civil, que realizam esses serviços, além da violação, não fazem a vedação total, a fim de prevenir a entrada do mosquito. Apesar disso, alguns dos moradores conseguiram refazer a vedação e deixar a caixa realmente protegida, o que sinaliza uma maior sustentabilidade, no sentido de permanência de vedação. Levando em consideração a preservação do ecossistema, alguns participantes ainda demonstraram confiança no uso de inseticidas. Após a intervenção com base na abordagem EBS, muitos desses moradores que precisaram violar a vedação, a refizeram, sem qualquer brecha, garantindo a impossibilidade da entrada do mosquito, o que confirma que algumas pessoas realmente entenderam o real propósito do uso da tela de proteção, o que a tornou sustentável. Desse modo, percebeu-se que alguns moradores deixam de lado a sua participação ativa na transformação da sua saúde e aguardam a visita do Agente Comunitário de Endemias (ACE), se confiando na vigilância realizada pelo governo. Com isso, conclui-se que a inserção do enfoque sistêmico em uma comunidade é um desafio, implicado na inserção do contexto social, cultural e político de cada pessoa. Assim, o envolvimento dessas comunidades, com participação ativa em cada processo de modificação da sua saúde, facilita a sustentabilidade do uso de ferramentas de controle mecânico.