Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Colaco, Soraia |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=106496
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Resumo: |
A presente pesquisa tem como objetivo identificar e analisar, na classe operária da indústria calçadista de Horizonte/CE, os limites da Educação Profissional, de 1996 a 2021, e os elementos de resistência, contrários à lógica do capital. Para tanto, apresentamos o seguinte pressuposto: historicamente, ocorrem os fluxos e influxos na Educação Profissional atrelados a conjuntura econômica, sobretudo, no contexto da crise estrutural do capital, que rebatem na classe operária da indústria calçadista em Horizonte, no período de 1996 a 2021. Desta feita, destacamos, como aspectos centrais, o fato da Educação Profissional, nos marcos das contradições impostas pelo modo de produção capitalista, ao buscar atender aos interesses do processo de acumulação ampliada do capital em crise, produzir, contraditoriamente, extratos de saberes, conhecimentos e/ou elementos de resistência da classe operária, contrapostos à relação, à articulação e monitoramento da educação com o mercado. Dito de outro modo, avultamos como pressuposto, ser possível encontrar, na classe operária, os elementos de resistência contrários à exploração e as condições de trabalho na indústria calçadista. Adotamos como procedimento teórico-metodológico a pesquisa bibliográfica, documental/legal e estudo de caso, ancorada numa perspectiva ontológica marxiana de trabalho, homem, sociedade e educação, arquitetada por Marx, Engels, Lukács e Mészáros. Para a apreensão da Educação Profissional, utilizamos o recurso da escuta qualificada dos(as) professores(as) do SENAI, dos ex-jovens aprendizes e operários(as) veteranos(as). Nesta direção, definimos as seguintes questões para análise: 1. Rastrear pesquisas sobre a temática, ao anunciar introdutoriamente, o terreno filosófico, sob o referencial teórico marxiano e debater a relação entre educação, trabalho e o sistema metabólico do capital; 2. Entender as especificidades da classe operária e do capitalismo no Brasil; 3. Identificar, na classe operária da indústria calçadista em Horizonte, os elementos de resistência à lógica do capital. 4. Investigar a forma de organização da Educação Profissional, em relação ao currículo, a formação de professores(as) e o controle do capital sobre a prática docente, a fim de apreender os fluxos e influxos socioeconômicos e seus limites na formação da classe operária, na indústria calçadista em Horizonte/CE, de 1996 a 2021; 5. Como se organiza o currículo, a formação de professores(as) e o controle do capital sobre a prática docente. Ao final, identificamos os elementos de resistência à lógica do capital como concepções latentes e possíveis à constituição da consciência de classe, os quais podem emergir quando demandados. Ou seja, embora o processo produtivo se paute na subordinação da classe trabalhadora à classe dos capitalistas, em que a disciplina da fábrica é aferida e a Educação Profissional se adequa ao processo laboral, sob o comando do capital, via Estado, tornou-se possível, com base nos depoimentos da classe operária, identificar a insatisfação pelas condições materiais e subjetivas presentes no chão da fábrica, em meio a situação de exploração e precarização do trabalho. Dessa forma, constatamos, nesse celeiro de contradições, um determinado desvelamento do real, por parte da classe operária, expresso em elementos de resistência. |