Efeitos agudos da associação de etanol e aminofilina em testes comportamentais e neuroquímicos em camundongos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Escudeiro, Sarah de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=61518
Resumo: A ação do etanol sobre o SNC se dá sobre diversos sistemas de neurotransmissores. A aminofilina, uma metilxantina com ação estimulante sobre o SNC, é antagonista de receptores adenosínicos e utilizada no tratamento da asma e recuperação da consciência sob efeito prolongado de anestesia. Vários estudos têm relatado a interação entre a via adenosínica e os efeitos depressores do etanol. Este trabalho objetivou estudar os efeitos agudos da interação entre etanol e aminofilina em testes comportamentais e neuroquímicos em camundongos. Foram utilizados camundongos Swiss, machos, com peso variando entre 25-30 g. Os animais foram tratados com água destilada (controle), etanol (v.o.) ou aminofilina (i.p.). Outro grupo foi pré-tratado com etanol na dose de 2 g/kg (trinta minutos antes da administração de aminofilina nas doses de 5 ou 10 mg/kg). Trinta minutos após a administração da aminofilina ou 60 minutos após administração do etanol, os animais foram submetidos aos testes comportamentais de campo aberto (atividade locomotora), suspensão da cauda e nado forçado (testes de efetividade antidepressiva). Após os testes os animais foram decapitados e tiveram seus cérebros dissecados sobre gelo. O córtex pré-frontal (CPF) foi utilizado para dosagem de monoaminas e seus metabólitos (norepinefrina, dopamina, DOPAC). Para avaliar o papel neuroprotetor das drogas estudadas, os animais foram decapitados e o CPF, hipocampo (HC) e corpo estriado (CE) foram dissecados e homogeneizados em tampão fosfato, para determinação de TBARS e catalase. No presente estudo, o etanol (2 g/kg) demonstrou um efeito depressor, como indicado por uma redução no número de cruzamentos e “rearing” no teste do campo aberto, e pelo aumento do tempo de imobilidade nos testes de depressão. Por outro lado, a aminofilina mostrou um efeito estimulante, apresentando características opostas às observadas nos grupos tratados com etanol em quase todos os parâmetros observados. Além disso, o efeito depressor produzido pelo etanol foi seguido por uma redução nas concentrações de norepinefrina e dopamina no CPF, sendo tal efeito revertido no grupo de associação, na menor dose. O etanol causou estresse oxidativo, aumentando a peroxidação lipídica e atividade da catalase. Já a aminofilina apresentou um papel neuroprotetor, uma vez que reduziu estes parâmetros, quando administrada após o etanol nas três áreas testadas. A administração de aminofilina após o tratamento com etanol é capaz de bloquear a redução da atividade exploratória e efeitos depressores produzidos pelo etanol, provavelmente agindo através de vias noradrenérgicas e dopaminérgicas no córtex pré-frontal, além de diminuir o estresse oxidativo induzido por uma alta dose de etanol, sugerindo um novo alvo para o bloqueio dos efeitos depressores e oxidantes do etanol. Palavras - chave: Etanol, Aminofilina, Adenosina.