Representação, hegemonia e violência divina a partir dos discursos sobre a destituição de Dilma Rousseff: uma análise dos documentários Democracia em vertigem e Não vai ter golpe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Pereira, Francisco Djefrey Simplicio
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=109583
Resumo: Esta dissertação propõe uma análise crítica das construções discursivas de impeachment e golpe, no contexto político da destituição de Dilma Rousseff (PT), desde 2013 até 2018, empregando, como instância discursiva de análise, os documentários Democracia em vertigem e Não vai ter golpe. O objetivo geral é analisar como são construídos os aspectos discursivos sobre a destituição de Dilma Rousseff, com seus alvos e violências, nos documentários Democracia em vertigem e Não vai ter golpe, especialmente, no que diz respeito à construção de sentidos para impeachment e golpe. Mais precisamente, busca-se examinar quais políticas de gênero, das ruas e econômicas modelam, notadamente, as estratégias discursivo-midiáticas para as construções dos significados de impeachment e golpe, nos dois documentários; em seguida, comparar como as duas operações discursivas, de impeachment e golpe, constituem-se nos dois documentários, em função das categorias de Sistema de Transitividade e de Representação Narrativa; por fim, explicar que possíveis implicações ético-políticas podem ser atribuídas à busca por hegemonia sobre as construções de impeachment e golpe, nos dois documentários. A dissertação defende que, quando o evento é definido de diferentes formas, o abjeto tem primazia sobre a narrativa, ou seja, a resposta comum não deve ser de ouvir os dois lados e parar no nível da impossibilidade de liderança estável. Assim, quando as instituições estatais e financeiras criam regras e infringem essas mesmas regras quando lhes convém, como aconteceu no golpe contra Dilma Rousseff, podemo-nos servir dessa justificativa para a Violência Divina. Para sustentarmos isso, usamo-nos das frentes conceituais, guiadas por Thompson (1995, 1998), para estudos de mídia e modernidade, por Laclau (1990), Laclau e Mouffe (2015) e Mouffe (2000; 2013), para a investigação da hegemonia, por Žižek (2009), para o estudo das implicações ético-políticas, através da Violência Divina, e por Fairclough (2003, 2006, 2013) e Chouliaraki e Fairclough (1999), para o diálogo transdisciplinar. A fim de uma pesquisa textualmente orientada, metodologicamente, partimos da delimitação do erro social, com um aspecto semiótico, até chegarmos à análise semiótica, em si, dos dois documentários. Em seguida, passamos da análise de como é para como deve ser, com a avaliação da luta por hegemonia e, por fim, propomos encontrar recursos para a mudança social, através da Violência Divina.