Memória, identidade e exílio dos migrantes cabo-verdianos na cinematografia de Pedro Costa

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Rodrigues, Ythallo Demys Bezerra
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=102868

Partindo de pressupostos científicos e teóricos das ciências humanas e dos estudos de cinema, esta dissertação versa sobre a memória, a identidade e o exílio dos migrantes cabo-verdianos na cinematografia de Pedro Costa. Metodologicamente, analisam-se e articulam-se as categorias de análise – memória, identidade e exílio – com aquelas relativas à linguagem cinematográfica (mise-en-scène, criação de personagens, montagem, fotografia, som, etc.), com base num corpus documental de cinco filmes do cineasta português: Casa de Lava (1994), No Quarto da Vanda (2000), Juventude em Marcha (2006), Cavalo Dinheiro (2014) e Vitalina Varela (2019). Teoricamente, explicita-se o modo como o cineasta constrói a realidade dos migrantes cabo-verdianos em suas narrativas fílmicas, com o aporte de autores como Stuart Hall (identidade), Homi Bhabha (diferença cultural), Maurice Halbwachs (memória coletiva), Néstor García Canclini (território e exílio), Marc Augé (não-lugares) e comentadores da obra de Pedro Costa, como Jacques Rancière, Cléber Eduardo e João Bénard da Costa, entre outros. Constata-se que o cineasta instaura um fazer fílmico que se baseia nas vivências e experiências suscitadas a partir do seu encontro com as “personagens” (atores não-profissionais), o que reverbera em longas-metragens concebidos, principalmente, através de pressupostos ficcionais, mas que, atravessados por aspectos do cinema documental, estabelecem uma forma singular de criação, dentro do panorama do cinema contemporâneo.