Quando o trabalho não termina no fim do expediente: as expressões da condição permanente do servir no cotidiano das trabalhadoras diaristas em Fortaleza-Ceará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Miranda, Juliana Isaias
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=83486
Resumo: <div style="">Este trabalho tem como objetivo analisar os determinantes históricos, econômicos e políticos constituintes da condição permanente do servir e o modo como esse fenômeno se expressa nas relações que perpassam o trabalho reprodutivo gratuito e o remunerado. Para tanto, partimos da observação do cotidiano de seis mulheres trabalhadoras diaristas, residentes na cidade de Fortaleza-Ceará. Estas assumem integralmente as atividades domésticas de suas famílias no papel de donas de casa, ao mesmo tempo em que administram demandas domésticas em outras residências na condição de diaristas. Nesta aproximação, notamos que as relações que se estabelecem em torno do trabalho reprodutivo são perpassadas por relações servis, contribuindo para manter essas mulheres em condição de permanente servidão, subjugadas e inferiorizadas no espaço privado doméstico pelos diferentes sujeitos com os quais convivem, em especial por seus companheiros e suas patroas. Para apreender esse fenômeno, que denominamos de condição permanente do servir, assim como suas expressões na dinâmica do trabalho reprodutivo, desenvolvemos uma pesquisa de natureza qualitativa, de tipo bibliográfico, documental e de campo, a fim de identificar as contradições, as relações de poder e as estratégias de resistência que as interlocutoras constituem em seus cotidianos a partir de suas vivências objetivas. Usamos como principais técnicas de pesquisa, a saturação de dados, a observação não participante e a entrevista semiestruturada. O corpus desta pesquisa é composto pelos dados oriundos das transcrições das entrevistas e dos registros em diário de campo. Para a análise dos dados referidos, referenciamo-nos nas seguintes categorias: trabalho reprodutivo, família e interseccionalidade. Desse modo, apreendemos a condição permanente do servir como um fenômeno que não se restringe às relações interpessoais, ou ao campo das subjetividades. Ele se manifesta nas relações sociais a partir de condições materiais históricas e se expressa nas relações entre os sujeitos sociais a partir da hierarquização e da subjugação de aspectos de raça/cor, de classe e de gênero, a exemplo das relações tecidas em torno do trabalho reprodutivo, descritas pelas interlocutoras dessa pesquisa. Palavras-chave: Trabalho reprodutivo. Servidão. Família. Interseccionalidade.</div>