Nos meios-termos dos mundos: dialética entre sentidos históricos e profissionais de professores-referência dos cursos de História da UECE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Miranda, Augusto Ridson De Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=106112
Resumo: Esta tese tem como tema a dialética entre as gerações de sentido histórico e profissional de 6 professores de três dos cursos de História da UECE – Fortaleza, Quixadá e Limoeiro do Norte – mais votados das clivagens ‘História e Ensino’ e ‘Demais Áreas’, entre abril e maio de 2020, dentre aqueles considerados por seus alunos como referências para suas formações docentes. Com efeito, problematiza os percursos e sentido formativos pessoais-profissionais e as mobilizações narrativas-discursivas da geração histórica de sentido, dos saberes e práticas identitárias destes docentes-referência, objetivando compreender os fatores constitutivos das relações entre as mobilizações narrativo-discursivas de sentido histórico e dos saberes docentes de professores. Esta investigação, situada no campo do Ensino de História, está ancorada na perspectiva do Novo Interpretativismo (GUBA; LINCOLN, 1994), visando compreender a realidade dialética analisada por meio da interdisciplinaridade crítica (BRANDÃO, 2021), entre a Didática da História (RÜSEN, 2011b, 2012, 2015b; BORRIES, 2018f, 2018d; CERRI, 2011a, 2014a) e a Epistemologia da Prática Docente (TARDIF, 2008; TARDIF; LESSARD, 2011; GAUTHIER et al., 1998), considerando o diálogo entre as duas ciências, nos ‘meios-termos dos mundos’ de suas categorias, a fim de contribuir empiricamente com ambas por meio do método da História Oral de vida (FONSECA, 1997). Ao longo da tese, sua escrita condiz com uma postura metodológica chamada de “Postura Cartográfica” (SILVA NETA; MAGALHÃES JUNIOR; MACHADO, 2019), que consiste no exercício de “dizer-se” no texto, empregando a 1ª pessoa no singular, indicando os processos de formação do pesquisador ao reconstruir os percursos de pesquisa, que se deu em 4 etapas: [pesquisa documental 01 (coleta dos Projetos Pedagógicos de Curso; planos de ação docente dos possíveis participantes); questionário de seleção dos sujeitos de pesquisa e dos critérios de referência docente (ROCHA, 2014); pesquisa documental 02 (acervo documental dos professores-referência); 2 roteiros de entrevistas (narrativa-episódica / semiestruturada episódica)], cujos dados foram analisados pela junção da análise textual-discursiva, análise de narrativas e análise estatística descritiva-exploratória. As análises indicam que os docentes-referência se formam auto-hetero-ecoformativamente em distintos percursos formativos, constitutivos de um amálgama identitário cognitivo-político-estético-moral-afetivo-profissional, e praticam uma docência reconhecida intersubjetivamente, valorizada pelos futuros professores de História (porque os influencia a se identificarem com a profissão docente-historiadora) por ser engajada e orientada por uma imbricação plural de identidades e saberes [pedagógicos, históricos, da ação didática-pedagógica-histórica e intersubjetivos (compreensivos, de respeito às diferenças e envolvimento em atividades para o bem-estar dos alunos e do curso)], mobilizada narrativa-discursivamente por um vocabulário de sentido histórico fluido variante entre modos prioritariamente genéticos, genético-críticos, crítico-dialéticos e exemplares – a depender da temática e do engajamento identitário – constituindo uma comunicação historicamente situada de si, na, e diante da passagem temporal. A análise igualmente indicou que a área de atuação é um fator importante de diferença dos saberes mobilizados, sem ser um limitante do engajamento com a docência ou condicionante dos modos de mobilização do sentido histórico, dependendo dos significados e sentidos dados à história de formação de cada sujeito e como se mobiliza discursivamente o engajamento com essa atuação.