A Ironia Machadiana:Das Paginas Impressas ao Movimento nas Telas

• Ano de defesa: 2007
• Autor(a) principal: Domingos Filho, Francisco
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Cinema - Produção; Literatura; Memoria Postumas de Bras Cubas - Machado de Assis
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=42415

Esta pesquisa analisa a relacao entre literatura e cinema, ressaltando o intercambio de procedimento entre duas formas de expressao. Examina a maneira pela qual a linguagem cinematografica tomou de emprestimo a arte literaria, destacando a obra de Machado de Assis, cuja adptacao, apresenta o narrador que, do outro lado do mundo resolve contar sua propria historia. A obra cinematografica ao produzir este aspecto, confere uma significativa proximidade narratologica ao texto original mostrando as estacoes da vida de Bras Cubas, o nascimento, o ambiente de infancia, os estudos de direito em Coimbra, os amores de diferentes tipo, os devaneios, divagacoes politicas, filosoficas e cientificas e por fim, a morte. A narrativa filmica apresenta ainda, as digressoes e intromissoes do narrador reforcando a ironia presente na obra. Assim, a ironia enquanto tropo retorico traduzida para o universo da representacao cinematografica, ganha outros significados que merecem ser observados. Afinal, o discurso ironico mexe nao so com a questao do significado da palavra, mas com o papel condicionador do contexto e as atitudes e expectativas tanto daqueles que produz a ironia quanto de quem a interpreta. Desta forma, a ironia machadiana, que evidencia-se no plano do enunciado do texto sob a forma de jogo de poder e engano, de denuncia e critica social, chega ao cinema potencializada pela excelente atuacao dos atores, pelos efeitos austeros da imagem, do som, dos movimentos de camara e de montagem, legando ao expectador, uma releitura do livro, suscetivel de oferecer outros niveis e outras possibilidades de leitura.