Relação dos primeiros 1.000 dias de vida com consumo alimentar na idade adulta: resultados do Estudo de Saúde dos Nutricionistas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Penha, Sthefani Da Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=106344
Resumo: Eventos característicos dos primeiros 1.000 dias de vida podem influenciar o consumo alimentar durante a idade adulta. O objetivo desta dissertação foi analisar se os fatores maternos e de primeira infância estão associados ao consumo alimentar em adultos jovens utilizando dados da coorte Estudo de Saúde dos Nutricionistas (NutriHS). Foi realizado um estudo transversal com dados de graduandos em Nutrição e nutricionistas egressos com idade maior ou igual a 18 anos. O consumo alimentar atual foi coletado através de questionário de frequência alimentar e avaliado através da classificação NOVA. Os fatores maternos e de nascimento incluíram idade materna, paridade, tipo de parto, problemas de saúde na gestação, prematuridade e peso ao nascer. As práticas alimentares infantis investigadas abrangeram ingestão de frutas e vegetais, amamentação exclusiva e outras práticas de amamentação. A contribuição energética atual de alimentos ultraprocessados foi associada positivamente com o Padrão 1, caracterizado por participantes cujas mães apresentaram idade menor ou igual a 19 anos, eram primíparas e haviam realizado parto normal (β = 0,48; Intervalo de Confiança de 95% [IC] = 0,02 a 1,66). Voluntários amamentados com introdução de alimentos sólidos, semissólidos ou macios antes dos 6 meses apresentaram o maior consumo atual de alimentos processados do que aqueles que não foram amamentados (β = 4,30; IC de 95% = 0,56 a 8,04), participantes que não tinham o hábito de comer frutas e vegetais durante a infância consumiram menos alimentos in natura e minimamente processados na idade adulta do que aqueles que comeram frutas e vegetais quando crianças (β = −3,76; IC de 95% = −6,70 a −0,82) e voluntários com a introdução posterior de fórmula infantil ou outros tipos de leite entre 3 e 5 meses de idade tiveram o menor consumo atual de alimentos ultraprocessados do que aqueles alimentados com fórmula infantil ou outros tipos de leite antes de 1 mês de vida (β = −3,09; IC 95% = −6,12 a −0,06). Em conclusão, fatores maternos e de primeira infância foram associados ao consumo de alimentos na idade adulta na Coorte NutriHS, destacando que os primeiros 1.000 dias de vida parecem impactar nas escolhas alimentares durante a idade adulta, com potencial para proteção contra doenças relacionadas à nutrição mais tarde na vida.