A CASA, A RUA E O DENGUE: ECOSSAÚDE, PRÁTICAS E PERCEPÇÕES DAS MULHERES DE UM BAIRRO PERIFÉRICO DE FORTALEZA

• Ano de defesa: 2015
• Autor(a) principal: Oliveira, Krysne Kelly de França
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Palavras-chave em Português: Dengue
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=84250

<div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">RESUMO</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">O dengue é considerado uma virose de difícil controle. Perpassou os anos,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">transgrediu os momentos em que houve sua completa erradicação e, hoje, aliada</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">aos “novos tempos” que combinam industrialização, modernização e urbanização,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">perpetua-se no ambiente, convivendo de modo silencioso com o ser humano. O</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">dengue exige um enfoque sistêmico para seu controle, pois, porta em sua dinâmica</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">de transmissão elementos condicionantes biológicos, comportamentais, ecológicos,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">políticos e econômicos, caracterizando-se como um problema complexo. Um</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">exemplo de abordagem diferenciada é a Ecossaúde, que se concentra na análise</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">holística do problema e desenvolvimento local, abordando o contexto social e</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">ecológico em que vivem os humanos, considerando a importância da gestão</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">ambiental, fatores econômicos e necessidades da comunidade. A mulher tem</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">importante papel no controle do dengue, pois é ela a maior responsável pelos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">cuidados com a casa e com a saúde da família, mantendo práticas com potenciais</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">criadouros do dengue. O mosquito transmissor, por sua vez, utiliza depósitos que</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">estejam expostos e armazenem água tanto no espaço público como privado. Desse</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">modo, o estudo buscou analisar práticas e percepções de mulheres acerca dos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">potencias criadouros do dengue nos espaços público e privado através de uma</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">abordagem de Ecossaúde. Trata-se de uma pesquisa de “tipo” etnográfico, na qual</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">participaram dez mulheres com faixa etária entre 24 e 65 anos, selecionadas por</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">intermédio do mobilizador social da região. Para alcançar as informações</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">procederam-se 20 visitas ao Pequeno Mondubim no período de janeiro a agosto de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">2014. Quanto aos meios de alcance dos elementos necessários ao estudo, utilizouse</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">a observação participante e a entrevista semiestruturada. As informações</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">provenientes das observações e entrevistas foram analisadas durante todo o</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">decorrer da pesquisa por meio da leitura e releitura do material e depois, estes foram</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">distribuídos em temas passando a compor todo o elemento narrativo que compõe o</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">trabalho. Verificou-se que nas origens das ruas em estudo houve um processo de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">invasão que culminou com construções irregulares, em ambiente inadequado, ou</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">seja, nas proximidades de um rio que se transformou ao longo dos anos em um</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">esgoto repleto de potenciais criadouros do dengue, influenciando, ainda hoje, na</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">saúde daquela população. O local não distribui de modo equitativo os serviços de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">drenagem, serviço de esgoto e pavimentação; a distribuição de água ocorre, mas o</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">receio de que falte ainda contribui para que as mulheres armazenem água em</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">depósitos; e a coleta de lixo, embora atenda a comunidade três vezes na semana,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">atrasa o momento de recolher o lixo das calçadas e parece insuficiente para a</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">quantidade de lixo produzido, contribuindo para a prática inadequada de alguns</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">moradores que o depositam fora do horário, contribuindo para a sujeira do espaço</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">público. Assim, entende-se que o controle dos vetores do dengue, baseado na</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">eliminação de criadouros nesses espaços, só será alcançado quando condutas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">políticas e sociais se tornem efetivas e equitativas.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Palavras-chave: Dengue. Abordagem Ecossaúde. Gênero e Saúde.</span></font></div>