O encômio de Alcibíades para Sócrates: a sophrosyne como guardiã da verdade?

• Ano de defesa: 2025
• Autor(a) principal: , DAMIANA PATRÍCIA ALVES CAMURÇA MACIEL
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=117557

Os diálogos platônicos permitem-nos adentrar aos questionamentos e reflexões filosóficas que permearam o mundo grego do período clássico. Sua riqueza conteudal perpassou o tempo, instigando-nos a conhecer e refletir sobre temáticas que independem do tempo, pois permanecem pertinentes na contemporaneidade, dentre elas a temática da Verdade. Assim, esta dissertação tem como referencial o encômio de Alcibíades para Sócrates, no diálogo O Banquete, e se propõe a averiguar o estatuto da Verdade contido nele, ou seja, se Alcibíades profere um discurso de louvor verdadeiro ou não. Para essa averiguação, temos como referências a virtude da sophrosyne (temperança) e o vício hybris (desmedida) nos períodos arcaico e clássico da cultura grega. Assim, apresentamos o significado e as mudanças pelas quais essa virtude sophrosyne passou no decorrer desses períodos na polis ateniense, bem como a sua conceituação por Platão. Da mesma maneira, apresentamos o significado do vício hybris, sua manifestação nos períodos arcaico e clássico e sua conceituação em Platão. O personagem alcibidiano de Platão é delineado a partir do personagem histórico Alcibíades, o qual foi um belo, intrigante, político e estratego ateniense do século V. O Alcibíades histórico figurou como um hybriste na história grega antiga. Assim, temos o personagem platônico Alcibíades associado à Verdade, enquanto o personagem histórico Alcibíades é tido como um hybriste. Com isso, registramos aspectos biográficos do Alcibíades histórico a partir dos escritores da antiguidade Plutarco e Tucídides. Em seguida, buscamos compreender o significado de Verdade para os gregos dos períodos arcaico e clássico, pois ele é atrelado a matrizes de pensamento diferentes, ou seja, o pensamento mítico-religioso no período arcaico, e o pensamento racional no período clássico, tendo mudanças no significado e compreensão de Verdade entre os gregos desses períodos. Assim, no período arcaico temos Verdade (alethéia) e no período clássico Verdade (epistéme). Por conseguinte, apresentamos quatro hipóteses em relação a Alcibíades e o estatuto da Verdade presente em seu discurso de louvor a Sócrates, a partir das concepções platônicas de sophrosyne, hybris e Verdade.