Paternidade participativa: a vivência masculina

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Sutter, Christina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE DE FORTALEZA
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=27564
Resumo: <div style=""><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Esta dissertação trata da subjetividade masculina na paternidade participativa, buscando captar o sentido dado à paternidade e à masculinidade por homens que vivenciam o cuidado cotidiano dos filhos. Para isso, situa as temáticas da paternidade e da masculinidade tanto em relação às categorias de gênero e patriarcado comumente utilizadas como balizadoras para as análises do ser homem quanto em torno das atuais discussões sobre os "novos pais" e a "crise da masculinidade" contemporânea. Procura também, num olhar histórico, delinear as manifestações da paternidade participativa através dos tempos, constatando que, em si, não é fenômeno novo, mas presente no cotidiano de muitos pais de outrora ou como ideal pedagógico.&nbsp;</span></font><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">A fim de apreender o sentido dado pelos sujeitos da pesquisa à vivência da paternidade, utilizamos a técnica do Grupo Focal, analisando os dados à luz das práticas discursivas, a partir da perspectiva do construcionismo social, que considera que o sentido é construído interativamente, na dinâmica de relações sociais histórica e culturalmente localizadas. Essa perspectiva corresponde à noção de que a subjetividade se expressa através do sentido subjetivo, nas emoções e processos de significação. Seguindo a lógica da produção de sentido, a partir da confrontação de várias vozes, as categorias emergentes são assim analisadas, entrelaçando os discursos dos sujeitos, e reagrupadas em quatro categorias abrangentes que buscam contemplar as múltiplas dimensões da vivência masculina, dentro de um olhar sistêmico: ser homem, paternidade e relacionamento conjugal, vivência da paternidade e relacionamento com o próprio pai.&nbsp;</span></font><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">Como resultado, percebe-se que os pais cuidadores vivenciam a paternidade com especial intensidade emotiva, demonstrando uma disposição contrária ao estereótipo masculino, que pressupõe, sobretudo, o autocontrole das emoções. Constata-se que a paternidade participativa implica na reativação dos sentimentos de dependência oral do desenvolvimento humano, compatíveis com nossa linhagem neotênica, que se expressam pela capacidade de cuidar e de se envolver numa relação de intimidade, comumente negados na experiência masculina.&nbsp;</span><span style="font-size: 13.3333px; font-family: Arial, Verdana;">As contradições com que esses sujeitos se deparam, no seu viver, enquanto pais e homens, são também indicadas, discutindo-se a real dimensão da assim chamada nova paternidade, bem como as possíveis dimensões ideológicas associadas a esse fenômeno.</span></div></div>