Capacidade de distinguir-se dos homens e pluralidade humana como pressupostos fundamentais do pensamento político de Hannah Arendt

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Cavalcante, Débora Maria Santiago
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=84639
Resumo: Esta pesquisa tem como objetivo destacar, a partir do pensamento político de Hannah Arendt, os aspectos fundamentais da pluralidade humana, em especial a capacidade de distinguir-se dos homens, que é seu aspecto ontológico. Para tanto, será abordada a crítica de Arendt à concepção de natureza humana, bem como a dificuldade de defini-la, para então diferenciá-la e relacionála à concepção de condição humana. Também se apresentará, para o maior esclarecimento desses conceitos, o evento totalitário, uma vez que ele representa exemplarmente, para a teórica, a supressão da pluralidade humana. Mostrar-se-á, nesse sentido, os efeitos catastróficos decorrentes da implementação do regime nazista, que tentou eliminar, em última instância, a distinção entre os homens. Ademais, será observado que Arendt optou por fundamentar sua teoria na ideia de existência humana, e por isso elenca as três atividades humanas fundamentais e esclarece a condição humana que se relaciona a cada uma delas. Com foco maior na questão da pluralidade, a atividade da ação e do discurso é abordada neste trabalho de maneira mais minuciosa, demonstrando a influência e os aspectos relevantes que fazem delas as atividades políticas por excelência na visão arendtiana. A intenção é apresentar as características principais que fazem da ação e do discurso os meios através dos quais os homens se utilizam para revelar a distinção de si, ou seja, o “quem”. Portanto, adota-se aqui a hipótese interpretativa de que compreender as nuances dos aspectos fundamentais da pluralidade humana, inclusive a própria capacidade de distinguir-se, é uma chave de leitura central para apreender o sentido e o significado desses conceitos no pensamento político de Arendt, o que não é uma mera análise conceitual, mas diante da experiência totalitária revela-se como uma reflexão necessária sobre as condições de possibilidade da existência humana no mundo. Segue-se para essa exposição uma orientação hermenêutica, na medida em que o presente tema expressa um universo conceitual que serve como base para ampliar a discussão em torno da problemática no âmbito da política, o que é na verdade uma necessidade de seus objetos, recuperando e tornando possível a compreensão de novos aspectos das relações humanas que se mostram fundamentais na modernidade. Palavras-chave: Capacidade de distinguir-se. Pluralidade humana. Ação. Discurso