A carência do alimento na formação humana no contexto da crise estrutural do capital: apontamentos marxiano-lukacsianos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Souza, Felipe Guilherme de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=82722
Resumo: <div style="">Nessa pesquisa analisamos aspectos ontológicos da alimentação na formação humana, no intuito de compreendermos o princípio da degenerescência do ser social e sua alimentação na tecitura do capital em sua crise estrutural. Desta feita, objetivamos investigar a alimentação na reprodução social capturando os fundamentos da ordem sociometabólica do capital. Sob um caráter teórico e bibliográfico, a pesquisa repousa sobre os fundamentos ontológicos marxianos e busca, nesta esteira, compreender a atual alienação humana na alimentação e realizar uma leitura crítica do pensamento teórico da Organização das Nações Unidas para a alimentação. Desta feita, dividimos a dissertação em três capítulos, delimitando no primeiro, a gênese da alimentação, bem como os traços de continuidade e as ruptura entre a totalidade natural e social. Na primeira secção deste capítulo analisamos as características capitais dos padrões de produção do conhecimento, que fundamentam a ciência nas concepções de mundo greco-medieval, moderno e marxiano. Com isto, delimitamos o onto-método marxiano, para uma apropriação do conhecimento ao longo de nossas investigações, considerando a totalidade do ser social na atividade vital consciente fundada pelo trabalho, e a origem da alimentação deste ser, em uma cozinha primitiva. No segundo capítulo, com os estudos paleoantropológicos do povos neolíticos précerâmico, analisamos que tal cozinha contribuiu para alimentar a transformação material do meio, culminando na causal sedentarização das comunidades primitivas e na domesticação da natureza. Constatamos sob o contexto da Revolução Neolítica, que alguns indivíduos deparam-se, em meio a escassez, com um excedente, possibilitando uma sedentarização e domesticação em um contexto culminando no trabalho agrícola. Neste cenário, surgem as possibilidades e necessidades de um progressivo desenvolvimento das relações de competição prevalecendo sobre as de cooperação, e com isto, surge a propriedade privada, o patriarcalismo e o Estado, como estruturas sociais organizadas para a manutenção da alienação do trabalho. Analisamos, no ultimo capítulo, o contexto pós-Revolução Industrial, no qual o excedente produzido de alimentos, supera a carência, contudo as relações sociais se mantêm pautadas pela luta de classes, fato que impossibilita a alimentação da humanidade, principalmente da classe trabalhadora. Vimos que este malogro se agrava com o contexto da crise estrutural do capital, no qual, além da fome, outros doenças são determinadas pela alienação do trabalho na denominada Revolução Verde. Destarte, assinalamos que os organismos governamentais, elaboram políticas e ações, como Desafio Fome Zero da ONU, respaldados na política da Educação Para Todos. Assim, na tônica da diversidade cultural e ambiental, da agricultura familiar, e da educação como balizadores de um caminho salvador da humanidade contra as mazelas sociais, intencionando uma formação humana destinada à boa vontade individualista para tentar enfrentar a lógica da incontrolabilidade do capital. Por fim, coadunamos com a tradição marxiana a qual, para além da política econômica, vislumbra a emancipação humana, possível apenas com o rompimento da lógica de exploração do homem pelo homem, e através da luta por uma sociabilidade possível de alimentar e educar os indivíduos plenamente, por meio da reprodução social desdobrada no trabalho livre e associado. Palavras-Chaves: Alimentação. Formação Humana. Crise Estrutural. Ontologia Marxiana. Ciência.</div>