Vida civil e alerta contra a barbárie da reflexão em Giambattista Vico

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: Dantas, Marcos Aurélio da Guerra
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=68910
Resumo: A barbárie, em especial, a barbárie da reflexão, foi tratada por Giambattista Vico (1668- 1744), nos Princìpi di Scienza Nuova (Ciência Nova), de 1744, não obstante ser perceptível tal problemática em seus escritos anteriores. O desenvolvimento do pensamento viquiano, no decorrer da experiência acadêmica, finda com o alerta ante os riscos de uma nova barbárie ameaçadora da convivência civil. A presente pesquisa principia pelos seus escritos de juventude (Orazioni Inaugurali; De ratione; De antiquissima), mas considera também o seu Epistolário (1720-1729), pois se trata aqui de pensar a preocupação de Vico com a vida prática e civil. Para o seu projeto filosófico contribuíram algumas disciplinas pertencentes à tradição clássico-humanista: Retórica, Filologia, Poética. A retomada dessas disciplinas, em seu pensamento, objetivava pensar uma reforma do saber, oposta àquela cartesiana, em virtude dos excessos oriundos do método geométrico. O alerta viquiano contra a barbárie da reflexão não está separado dos rumos tomados pela racionalidade moderna, seja na sua expressão racionalista, seja naquela empirista. Daí o retorno aos Studia humanitatis, e às suas disciplinas que, pretende ser, antes de qualquer coisa, uma preocupação com a vida civil e a sua conservação, pois a experiência do humanismo renascentista oferece as fontes para a invenção de uma nuova scienza, voltada para a prática, e atenta a certo ethos. Vico defende os filósofos platônicos, porque políticos, e refuta as doutrinas dos estóicos e epicuristas: uma exigência de oposição a filósofos “monásticos e solitários”. Esta dissertação adota a seguinte hipótese interpretativa: a barbárie da reflexão é expressão da contradição entre civilidade e racionalidade que não implica avanço da civilidade, mas destruição: denunciada na Scienza Nuova, por causa dos riscos que já se anunciavam na experiência moderna. Vico identificou, ao longo de sua experiência como docente e filósofo, as consequências das mudanças ocorridas no método dos estudos, em particular, com a crise da antiga ratio studiorum jesuítica e com a nova reforma do saber postulada por Descartes. Em suma, Vico sabia que o ingenium havia se esgotado na Europa, pondo em risco a inventio: algo ameaçador para a melhor cultura da humanidade. Palavras-chave: Vida civil. Barbárie. Cartesianismo. Nuova scienza. Racionalidade.