Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Barros, Anael Queiros Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=114214
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Resumo: |
Enquanto sistema de informação em saúde, o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) é uma ferramenta tecnológica, sendo disponibilizada para os municípios, estados e o Distrito Federal, comtemplando a utilização de dados para o diagnóstico precoce, tomada de decisão, formulação e/ou reformulação de políticas públicas. Por meio dos dados é possível aos gestores acompanhar, gerenciar, monitorar, analisar e planejar ações, subsidiando a tomada de decisão e prioridades, que objetivam a promoção da saúde, considerando o aumento da prevalência de Doenças Crônicas não Transmissíveis (DCNT) e morbimortalidade, funcionando como uma ferramenta de vigilância para o monitoramento acerca da situação alimentar e nutricional da população brasileira atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Esta tese objetivou avaliar a associação entre o consumo alimentar e o estado nutricional de adultos atendidos na atenção primária à saúde no Brasil por meio do SISVAN. O estudo teve três etapas. Primeiramente foi realizado um estudo transversal com amostra de 472.425 indivíduos adultos de ambos os sexos, no ano de 2019, analisando padrões de consumo alimentar. A segunda etapa foi um estudo de coorte que avaliou 30.354 mulheres adultas nos anos 2015 a 2019. A terceira foi um estudo ecológico de séries temporais, com amostra de 7.549.781 milhões de indivíduos adultos de ambos os sexos, analisando a tendência temporal do consumo alimentar no Brasil e Macrorregiões, no período 2015-2019 e a variação percentual comparativa do consumo nos períodos de 2015-2019 e 2020-2023. O estado nutricional foi avaliado por meio do Índice de Massa Corpórea (IMC). Os marcadores do consumo alimentar foram alimentos consumidos no dia anterior, quantidade de refeições por dia e o hábito de se alimentar fazendo uso de telas. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade de Fortaleza (UNIFOR) com parecer 4.348.452 e CAAE 31540320.9.1001.5052. Quatro grupos de marcadores do consumo alimentar foram identificados, representando padrões alimentares distintos: Padrão tradicional, transição, misto e prudente. Observamos que quando comparado ao padrão tradicional, o padrão transição teve uma prevalência 8% menor de obesidade (IC95%: 0,91; 0,94), enquanto o padrão misto apresentou uma prevalência 13% menor (IC95% 0,86; 0,88) e o padrão prudente uma prevalência 11% menor (IC95%: 0,88; 0,91). A prevalência de obesidade foi 11% maior no grupo que consumiu bebidas adoçadas (RR=1,11; IC95%: 1,05;1,18) e 9% maior no grupo que consumiu macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados no dia anterior ao registro de 2015 (RR=1,09; IC95%: 1,03;1,15). O percentual de cobertura anual do SISVAN em âmbito nacional apresentou o menor percentual no ano de 2015 (0,17%). O ano de 2019 (0,96%) marcou um grande aumento dessa cobertura, com queda dessa cobertura em 2020 (0,76%). Concluímos que os indivíduos do padrão transição, misto e prudente tiveram uma menor prevalência de obesidade comparado ao tradicional, que, embora com um alto consumo de feijão, teve um menor consumo nos demais marcadores saudáveis (frutas, legumes e verduras). Houve um aumento do IMC na população de mulheres adultas, de forma crescente em âmbito nacional, entre 2015 e 2019, e constatou-se influência da alimentação nessa evolução, onde a incidência de obesidade foi menor entre as que consumiram feijão e biscoito recheado, doces ou guloseimas, e maior entre os que consumiram bebidas adoçadas, macarrão instantâneo, salgadinhos de pacote ou biscoitos salgados. Houve um aumento do consumo de alimentos não saudáveis pela população adulta atendida pelo SUS entre os anos de 2015-2019 e 2020-2023, comportamento que difere de região para região, demandando ações de intervenção diferenciadas para cada local. |