A condição ‘nem-nem’ da juventude trabalhadora brasileira no contexto do desemprego estrutural: investigando a relação trabalho, educação e a (de)formação profissionalizante

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Marques, Thayná Costa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=95735
Resumo: <div style="text-align: justify;"><span style="font-size: 10pt;">A presente dissertação apresenta a condição da juventude trabalhadora nem-nem – jovens que compõem o grupo etário entre 15 e 29 anos que não estão trabalhando e nem estudando – no contexto de crise e desemprego estrutural. Assume-se o viés ontológico materialista e a metodologia de cunho teórico-bibliográfico e documental, baseados na contradição fundamental da relação trabalho e capital, para investigar o fenômeno de uma grande problemática que atinge a classe trabalhadora: o desemprego no contexto de crise. O objetivo central deste estudo consiste em analisar a condição ‘nem-nem’ do jovem trabalhador no Brasil no contexto de crise estrutural do capital tomando como contraponto a problematização da relação trabalho, educação e formação profissional. Para tanto, revisar-se-á os clássicos em torno da questão da centralidade do trabalho no processo de reprodução do ser social apontando Marx (2012, 2013), Engels (1984), Lukács (1978, 2010, 2013), Mészáros (2008, 2011) e seus intérpretes para evidenciar a relação estrutura e superestrutura de modo a avançar para atualidade situando o intercâmbio entre o modo de produção vigente e a promoção da educação direcionada à juventude trabalhadora que tem mantido seu caráter dicotômico. No decorrer do texto, será examinado, com o apoio em Santos (2017), o desenvolvimento da educação profissional bem como as forma de oferta dessa modalidade formativa no contexto da luta de classe e expostas as legislações estabelecidas em função do atendimento às demandas da classe dominante em cada momento específico da história. Freres, Barbosa, Gomes, Mendes Segundo e Rabelo (2014, 2015) ajudaram na fundamentação da crítica contextualizada sobre a sociedade do conhecimento e a reedição da Teoria do Capital Humano recuperando o papel dos grandes centros de domínio do capital no comando dos processos educativos a partir dos anos 1990 que muito revelam sobre o objeto aqui delimitado: A formação do jovem trabalhador em condição nem-nem. Os pressupostos que respaldaram as questões que se buscou responder reverberaram nos seguintes achados: os estudos aqui apresentados são conduzidos pelas mãos da relação entre economia política e educação. Apresentam-se, ainda, dados importantes sobre a economia mundial e as taxas de desemprego nacional e local considerando a articulação entre ciência, produção material e educação. Confirmou-se, portanto, que os jovens nem-nem, que caracterizam a convivência em condições de pobreza, resultam da fragilidade processual do próprio sistema, o qual, para manter os alto níveis de acumulação centrados nas mãos de uma menor parte de indivíduos, produz, ao mesmo tempo, o desemprego juvenil em larga escala, o exército industrial de reserva e o lumpemproletariado, os quais, mesmo enquanto mazelas sociais de superação impossível na dinâmica controlada pelo capital, convertem-se em combustíveis para a manutenção da ordem. Palavras-chave: Formação profissionalizante. Juventude trabalhadora. Desemprego estrutural. Condição nem-nem.</span></div>