Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
TELES, GLAUCIANA ALVES |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=88366
|
Resumo: |
A mobilidade apresenta-se como fenômeno marcante na compreensão das mudanças sócioespaciais relacionadas à expansão de capital e força de trabalho na Região Metropolitana de Fortaleza RMF. Este espaço tornou-se, nos últimos vinte anos, locus privilegiado para investimentos públicos e privados com destaque para uma nova área industrial que se consubstancia em sua porção Oeste, com a implantação do Complexo Industrial e Portuário do Pecém CIPP. O CIPP é justificado pela integração entre porto e indústrias mediados por relações em múltiplas escalas, o que dá sentido à consolidação do complexo industrial e portuário. A instalação do porto, das indústrias e da infraestrutura associada vem gerando mudanças significativas na configuração espacial metropolitana materializadas, sobretudo, pelos novos fluxos de mão de obra. O objetivo geral da pesquisa foi compreender o papel das dinâmicas mobilitárias, relacionadas ao capital e à força de trabalho na produção do espaço decorrentes da implantação e funcionamento do CIPP, buscando-se, ao mesmo tempo, apreender as formas de articulação entre Estado, capital e sujeitos sociais na produção do espaço metropolitano. Como objetivos específicos buscamos apreender as formas de concepção e funcionamento do complexo industrial e portuário, tendo por base a organização econômica, política e social que o idealizaram e estruturaram suas atividades; estabelecer o resgate da formação socioespacial brasileira, inserindo o Nordeste e o Ceará, nesse âmbito, de forma a se apreender as relações entre a força de trabalho utilizada nas atividades econômicas e os seus movimentos de expansão considerados de modo escalar; entender as interações de vários agentes (Estado, empresas, trabalhadores) envolvidos na implantação e funcionamento do CIPP, dando-se destaque aos investimentos em infraestrutura patrocinados pelo Estado; identificar as dinâmicas mobilitárias provocadas com implantação e funcionamento do CIPP, detectando a natureza e características dos fluxos de trabalhadores e relações de trabalho (subcontração e terceirização) como mecanismo de inserção da força de trabalho na construção e funcionamento das indústrias; e averiguar os impactos provocados pelo CIPP na produção do espaço nos Municípios de Caucaia e São Gonçalo do Amarante, identificando quais as mudanças que aportaram novos conteúdos à metropolização. Como base teórica para a apreensão do processo em curso utilizamos alguns conceitos como ajuste espacial (HARVEY, 2005), globalização, mobilidade, trabalho e produção do espaço. O método dialético nos amparou na compreensão da realidade, haja vista sua essência contraditória e sua permanente transformação nos auxiliando no caminho a percorrer para alcançar os objetivos e compreender o objeto em estudo, numa perspectiva que articulou o teórico e o empírico, associados à análise qualitativa. O ajuste espacial, inserido numa lógica mais ampla da expansão geográfica insere a RMF num processo de modernização com base na atividade industrial. Nesse contexto destaca-se a mobilidade da força de trabalho que nos fez avançar na compreensão das transformações recentes, resultantes do processo de globalização, relacionadas ao mundo do trabalho nas múltiplas escalas analisadas, e em especial no contexto cearense. O CIPP insere novos conteúdos às dinâmicas metropolitanas mais recentes na RMF, consolidando um novo vetor de expansão produtiva em sua porção oeste com base na atividade industrial e envolve novas lógicas econômicas, políticas e sociais. Junto a esses imperativos, revelam-se as contradições resultantes do processo capitalista de produção do espaço, sobretudo, a exploração intensa da força de trabalho, aprofundando um processo de urbanização marcado por desigualdades.<br/>Palavras-Chave: Ajuste Espacial; Mobilidade; Trabalho; Complexo Industrial e Portuário do Pecém; Região Metropolitana de Fortaleza. |