Do medo da violência à violência do medo: uma reflexão sobre os impactos sócio-político-espaciais da violência em Fortaleza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Oliveira, Raimundo Jovanil Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=111674
Resumo: O tema da violência urbana em Fortaleza tem forte relação com as formas de uso dos espaços públicos, os resultados dos processos eleitorais, a agenda das políticas públicas, as transformações da paisagem urbana e o tratamento da mídia ao tema. Esta dissertação combinou pesquisa empírica, teórica e documental qualificando-a como um estudo quali-quantitativo. Foram realizados procedimentos de trabalho de campo; análise de dados estatísticos; bem como levantamento de documentos e bibliografia afins para obter o aperfeiçoamento teórico e metodológico. As reflexões teóricas se fundamentam nos estudos de Adorno (2002a, 2002b, 2002c), Arendt (2014), Berger & Luckmann (2014), Caldeira (2012, 2002, 2000, 1997), Delumeau (2007), Melgaço (2010, 2005), Pedrazzine (2006), Sposito & Góes (2013), Zaluar (2006, 1999, 1997, 1994), Zizek (2014, 2009), entre outros. Esta pesquisa se esforçou para compreender como a violência engendra processos retroalimentados que são ao mesmo tempo causa e efeito da própria violência. Apresenta os registros oficiais sobre homicídios na capital cearense entre os anos de 1996 e 2014; a relação dos “programas policiais” e seus apresentadores, identificando aqueles que foram candidatos e suas respectivas votações; também são elencados outros candidatos com votações expressivas que são publicamente identificados com a temática da segurança pública; a evolução histórica das informações sobre o total de estabelecimentos e de vínculos empregatícios no setor de serviços de vigilância e segurança privada entre 2006 e 2014 com base no banco de dados do Ministério do Trabalho e Emprego; e, por último, dados sobre o crescimento do efetivo policial do Estado. As questões abordadas apontam para o fortalecimento da segregação urbana, para a cristalização de uma cultura de controle e vigilância que remetem a um grande panóptico urbano. Indicam a securização do espaço urbano, fenômeno que é agravado pela histórica desigualdade socioespacial. A ideia da cidade perigosa e insegura se refaz dentro desse círculo de medo que produz uma cidade com mais muros (visíveis e invisíveis), grades, câmeras, desconfiança, intolerância, etc. Os altos índices de homicídios e a falta de confiança nas políticas de segurança do Estado fortalecem o mercado da segurança privada e exigem a expansão das forças de segurança. Uma grande ilusão, pois tanto a expansão da segurança privada como o efetivo das forças de segurança pública não têm se demonstrado eficazes, o que se evidencia no aumento dos registros de homicídios e na sensação de insegurança. Palavras-chave: Violência Urbana. Medo. Eleições. Securização. Vigilância Privada.