Educação em saúde: os ditos e não ditos da prática de enfermagem com adolescentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Coelho, Manuela de Mendonça Figueirêdo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=75227
Resumo: 1Educar pode ser ato vivo, de crescimento e compreensão de mundo, significado por busca contínua, ou meramente um caminho didático, com aplicações técnicas, que conduzem à criação de saberes massificados, destituídos de criticidade. Observo as ações educativas direcionadas aos adolescentes realizadas de forma reprodutiva, algumas vezes sem planejamento prévio, outras sem objetivação dos resultados, e sem a preocupação com grau de entendimento e do impacto que tais ações refletem nesses adolescentes. Conhecer como esses momentos são vivenciados desvela as lacunas encobertas e possíveis fragilidades das práticas educativas como instrumento do cuidado clínico de enfermagem enquanto ferramenta de promoção da saúde. Tomando por base essas questões, e considerando-as essenciais no fortalecimento de uma prática consciente e crítica da enfermagem, esse estudo busca compreender a ideologia mantenedora das ações educativas da enfermagem junto aos adolescentes. Estudo de abordagem qualitativa conduzido pelo Método Criativo e Sensível junto a quinze enfermeiros da Estratégia Saúde da Família do município de Maracanaú cujas equipes encontram-se cadastradas no Programa Saúde na Escola (PSE). Os dados foram produzidos através das dinâmicas de Criatividade e Sensibilidade e analisados a partir da Análise de Discurso. O diálogo com os dados deu-se através dos pressupostos freireanos. Os enfermeiros discutiram sobre educação em saúde, e teceram enunciações que apresentam suas relações com as práticas educativas direcionadas aos adolescentes. O adolescente apresenta-se como ponto de tensão nessa emblemática problematização, pois compreendê-lo e significá-lo retrata o imaginário e desvela as relações de força mantidas entre esses sujeitos. Os objetivos delineados pelo PSE constituem a trama exclusiva em que estes profissionais estão inseridos, delimitando um espaço de fala único, que nos apresenta quem é esse profissional, de onde ele nos fala, suas subjetivações e objetivações para o porquê de seus dizeres. A ideologia opressora mostra-se viva nas formações discursivas que apresentam o adolescente enquanto vazio, destituído de saberes e prontos para receber o conhecimento. O enfermeiro coloca-se nesse papel de educador inato, transitando polissemicamente entre sua ação opressora e sua constituição de oprimido. Essa relação educativa mantém-se preferencialmente na vigilância aos corpos, descolando o adolescente físico de suas subjetividades e desejos. Repensar as possibilidades de uma prática de educação em saúde numa perspectiva multidimensional conduz o enfermeiro a pensar em si, em sua palavra, no que se é e o que se pretende: promover educação em saúde viva e real, ou continuar como meros reprodutores de signos sem sentido ou com sentido para opressão e formatação dos sujeitos. Palavras chave: Enfermagem. Educação em Saúde. Adolescente.