Atividade física, qualidade de vida e Burnout de profissionais de saúde de um centro de pesquisa em oncologia de Florianópolis - AC durante a pandemia de Covid-19

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Ramos, Ana Paula Silveira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/16708
Resumo: O objetivo da presente tese foi analisar as relações entre nível de atividade física, qualidade de vida e esgotamento mental de profissionais de saúde que atuaram em Centro de Referência Nacional em Oncologia localizado em Florianópolis – SC, durante a pandemia por COVID-19. Para responder a esse objetivo, foram realizados uma revisão sistemática e um estudo de caráter epidemiológico e observacional. Para a realização da revisão sistemática foi realizada uma busca nas bases: Web of Science, Pubmed, Medline via Ovid, Cinahl via EBSCO e EMBASE. Os artigos selecionados foram avaliados metodologicamente pelo STROBE, e encontrado um total de 9 artigos que evidenciaram a fragilidade do sistema de saúde do mundo inteiro diante de uma situação pandêmica, afetando a saúde tanto dos pacientes quanto dos profissionais que atuam nos setores de saúde, em especial os que estavam na chamada “linha de frente”. Esse cenário provocou altas cargas de tensão, medo, insegurança e insatisfação profissional. Para a realização do estudo observacional, foram aplicados questionários específicos para avaliação da qualidade de vida (SF- 12), nível de atividade física (IPAQ – versão curta), presença de sintomas de Síndrome de Burnout (questionário de Maslach) e um questionário sociodemográfico em 61 profissionais da saúde de um Centro de Pesquisas Oncológicas de Florianópolis, com idade média de 40,93 ±9,07. Destes, 67,2% (n=41) realizava atividade física antes da pandemia. Já durante a pandemia, um total de 45,9% (n=28) parou de fazer atividade física, 26,2% (n=16) continuou fazendo atividade física, mas em menor intensidade e frequência,14,8% (n=9) continuou fazendo atividade física na mesma intensidade e frequência, e 13,1% (n=8) não fez atividade física. Após o afrouxamento das medidas de isolamento impostas pelos governos, 49,2% (n=30) relatou que estava fazendo atividade física regularmente, 29,5% (n=18) não estava fazendo atividade física, e 21,3% (n=13) estava praticando alguma atividade física, mas sem regularidade. Além disso, entre aqueles que atuaram diretamente na linha de frente no combate à COVID-19, predominou os maiores valores dos componentes da Síndrome de Burnout em seus três domínios, assim como menores escores de qualidade de vida relacionada às condições de saúde. Após a realização da análise de regressão das variáveis, verificou-se significância entre valor total de equivalente metabólico em atividades física e o domínio da despersonalização (ß=-393,792 e p=0,020), valor de equivalente metabólico em atividades físicas leves e sexo (ß=-2249,691e p=0,027), valor de equivalente metabólico em atividades físicas moderadas e o domínio da exaustão (ß=- 50,385e p=0,020) e valor de equivalente metabólico em atividades físicas vigorosas e os domínios despersonalização (ß=146,341e p=0,038) e exaustão (ß=-468,664e p=0,002). Fica claro, portanto, que, diante dos achados nesta pesquisa, é de suma importância que ações de incentivo à prática de atividade física, sejam inseridas como verdadeiras políticas de saúde pública, para minimizar os efeitos deletérios a curto, médio e longo prazo que a pandemia pode provocar nos profissionais da saúde quanto à qualidade de vida, e saúde emocional e física.