Arquivos fabulosos, arquivos ruinosos: fracasso e virtuose no lipsync drag

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Carmo, Anderson Luiz do
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.udesc.br/handle/UDESC/16470
Resumo: A presente tese apresenta a hipótese de que os lipsyncs – singular prática artística na qual os movimentos respiratórios e faciais são sincronizados com uma canção gravada – realizados por drag queens representam a dimensão arquivística da subjetividade bicha, ou ao menos uma das dimensões arquivisticas de tal subjetividade. Para debater tal hipótese construo um argumento no qual memórias pessoais, análise de produtos culturais e referenciais teóricos são atritados e atravessados. Os documentários Paris is burning e The queen, o reality show competitivo RuPaul’s Drag Race e os precários registros disponíveis online de lipsyncs realizados com o louvor evangélico 500 graus (da pastora Cassiane e performado por um grupo de amigas de Belém-PA), a canção pop Barbie Girl (da cantora Kelly Key e performado pela drag gaúcha Katrina Addams) e do Hino Nacional Brasileiro (cantado por Vanusa e performado pela drag queen catarinense Suzaninha Richtoffen) são as materialidades estéticas que deflagram modelos de pensamento aqui sistematizados. No embate com intelectuais representatives da teoria queer (Gloria Anzaldua, Jose Esteban Muñoz, Judith Butler, Paul B. Preciado, Pablo de Assumpção Barros Costa, Paco Vidarte, Tavia N’yongo, Jack Halberstam, Carlos Henrique Lucas Lima), dos feminismos (bell hooks, Elsa Dorlin), materialismo histórico e dialético (Susan Buck-Morss, Walter Benjamin), crítica cultural (Jia Tolentino, Susan Sontag), pensamento negro (Fred Moten) e do corpo e da performance (Diana Taylor, André Lepecki, Miro Spinelli) é debatida a assimilação neoliberal de práticas marginais e de resistência LGBTQIAP+.